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Opinião
19/10/2008 - 12h04
O medo nas organizações
Benedicto Ismael Camargo Dutra
 

O abuso do poder tem acarretado muitos males para a sociedade humana. No passado eram os reis que, ao se distanciarem da voz do coração, agiam com prepotência e arrogância, deixando de conduzir o povo na direção do progresso real e mantinham o controle com violência e atemorizações. Em conseqüência, propagavam o medo nas comunidades e esse sentimento danoso inibia a criatividade das pessoas e dificultava seu crescimento como seres humanos.

Atualmente, o poder está nas mãos dos líderes empresariais e políticos e, como as condições de vida tornam-se cada vez mais complexas, eles precisam se valer de muita sabedoria e manter o equilíbrio entre a mente e o coração para que não cedam à influência exclusiva dos interesses financeiros que invariavelmente promovem o caos e desprezo por tudo o mais.

O medo, a raiva e a inveja são fatores que alimentam e respaldam o abuso do poder. Pessoas tirânicas estão presentes em todos os setores da vida, seja no governo, nas organizações e nas famílias, e elas só se satisfazem com o aumento da própria influência e do poder que exercem, sentindo-se seguras com a sensação de domínio.

Para que haja um clima convidativo à participação e ao envolvimento dos colaboradores dentro da organização, de forma a agirem de acordo com os objetivos propostos, é de fundamental importância a forma como ocorre esse relacionamento inter-pessoal, pois disso advém a espontânea e necessária energia que remove os obstáculos e permite que o êxito seja alcançado.

Em muitas organizações a idéia de que fazer uso da hipocrisia é bom para os negócios tem se alastrado como epidemia. Evidentemente isso acaba gerando um ambiente de instabilidade, onde as ameaças pairam no ar e não há transparência, permanecendo ocultas as reais intenções. É preciso, ao contrário, estimular as relações humanas positivas, sem temores nem desconfianças, pois sem isso não há o necessário envolvimento para que o sucesso seja alcançado.

Quem decide custa mais caro. Quem decide tem poder para reter informações, exercer controle, influenciar o grupo. Nos níveis inferiores é mais fácil controlar os abusos de poder. Então as corporações evoluíram no sentido de induzir cada indivíduo a cumprir as suas tarefas de forma mecânica e repetitiva, sem lhe possibilitar um envolvimento mais intenso.

A falta de participação gera indiferença e desinteresse, enquanto que o medo e o salário são empregados como os principais motivadores. O sistema evita pessoas criativas que desejam agir com mais independência para solucionar os problemas e buscar a realização pessoal. Nesse ambiente o sentimento de pertencimento se reduz, chegando até a desaparecer por completo.

Às vezes chegam notícias de que em alguma organização o principal diretor foi impedido de entrar na empresa. Isso acontece quando há suspeitas, ou quando se quer retomar o poder de imediato, através da quebra abrupta de resistência do grupo. Ou então, o executivo é isolado num processo de fritura, o que o afasta do centro de decisões e o leva a tomar a iniciativa de se demitir.

Muitos não conseguem evitar o sentimento de inutilidade, pois percebem que os caminhos e os centros de decisão estão reservados a um núcleo restrito e autoritário. A falta de participação e de maior envolvimento cria certa angústia, levando as pessoas mais sensíveis a formas de escape como o alcoolismo, o fumo e as drogas ilícitas, que causam desgaste psíquico e emocional. No entanto, é justamente nesse ambiente inóspito que temos de atuar. Pode parecer difícil para muitos e é, porque a participação do elemento humano fica muito despersonalizada. As pessoas acabam se sentindo como peças descartáveis em um mundo de poucos empregos, de elevada população e onde os recursos naturais tendem para o limite.

Não podemos esquecer que a vida moderna exige competência, aprendizado continuado e bom senso. Não podemos nos deixar contaminar pelo baixo astral. Temos que estar atentos e cumprir nossas obrigações com esmero, permanecendo atentos para analisar o que é prioritário, identificar os problemas e buscar as soluções.

O melhor remédio é afastar o medo e o desânimo através do fortalecimento da consciência de que podemos contribuir para a melhora geral e para a construção de um mundo com mais alegria e beleza, apropriado para uma existência humana produtiva e condigna.


Nota do Editor: Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, articulista colaborador de importantes jornais de São Paulo e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Atualmente, é um dos coordenadores do www.library.com.br, site sem fins lucrativos, e autor dos livros Encontro com o Homem Sábio , Reencontro com o Homem Sábio, A Trajetória do Ser Humano na Terra e Nola – o manuscrito que abalou o mundo, editados pela Editora Nobel com o selo Marco Zero. E-mail: bidutra@attglobal.net

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