Faltam dois meses para eu ir ao Peru. Vou passar o Réveillon em Cusco. Começarei 2009 em Machu Picchu. O ano de 2008, comecei em São Thomé das Letras, Sul de Minas Gerais. Tenho procurado entender melhor o mundo e lugares como esses têm sido ambientes férteis para eu refletir sobre minha existência e a existência desse mundo louco que nos cerca. Crise existencialista? Não. Não estou em crise. Na verdade, nunca estive tão integrado ao mundo como agora. Eu parei no tempo, por uma série de motivos, durante vários anos de minha vida. Foram anos improdutíveis em que me enrolei com a vida e tomei uma surra dela. Posso dizer, com certeza, que fiz mais nos últimos três anos que nos outros vinte oito. Tive que limpar a casa dentro de mim, recolocar os móveis no lugar e colocar uma placa na porta de entrada: sob nova direção, então, seja bem-vindo. Vou viajar com a cabeça no mundo. Quero ser cidadão do mundo e não apenas paulistano, brasileiro, latino-americano. Quero respirar um ar sem limite geográfico. Quero deixar minha digital com uma pegada descalço sobre a terra. Eu não quero um pedaço. Eu quero inteiro. Eu não quero um sonho. Eu quero uma vida. Meu tempo será todo uma manhã de domingo. Olhe pela janela e veja o mundo lá fora. Você aí dentro está esperando o quê? Olhe a roda da fortuna e veja que ela não tem nada a ver com dinheiro. Você aí dentro está esperando o quê? Olhe aquele amor do passado e veja como ele é antigo. Você aí dentro está esperando o quê? Olhe no espelho e veja que você é o universo e não há nada mais importante que sua felicidade. Você aí dentro está esperando o quê? Eu vou começar 2009 em Machu Picchu e você vai renascer onde? Nota do Editor: Fábio de Lima é jornalista e escritor, ou “contador de histórias”, como prefere ser chamado. Está escrevendo seu primeiro romance, DOCE DESESPERO, com publicação (ainda!) em data incerta.
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