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Opinião
10/11/2008 - 17h00
Um negro... presidente
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Dizer que um negro se elegeu presidente dos Estados Unidos, embora isso seja verdade, pode configurar uma atitude preconceituosa. Ninguém pode ignorar que quem se elegeu presidente é um advogado, que já era senador, detentor de uma significativa folha de trabalho à comunidade, foi capaz de conquistar os votos do eleitorado e, entre outras coisas, é um afro-descendente. A cor da pele não foi a determinante da vitória, mas uma série de variáveis que o fizeram preferido dos norte-americanos e, inclusive, motivaram milhares eleitores a votar com muita alegria, contagiando de esperança aquele país, onde o voto não é obrigatório. Fez-se a espiral positiva.

Barack Obama, com propostas concretas, conseguiu empolgar e mover positivamente negros, brancos, latinos, jovens e idosos e, com isso, fez-se presidente. Hoje tem nas mãos a grande tarefa de enfrentar a crise econômica e – aí sim – concretizar o sonho de Martin Luther King, de construir uma sociedade onde os indivíduos não sejam julgados pela cor da pele, mas pelo que fazem ou representam no contexto social. Sem dúvida, é uma quebra de paradigma numa sociedade que, até bem pouco, vivia o racismo explícito e ainda hoje conserva bolsões de intolerância injustificável.

Supervalorizar a negritude de Obama é o mesmo que atribuir a eleição do presidente Lula à sua condição de retirante nordestino (não ao seu carisma, inteligência e liderança político-sindical construída com sangue, suor e lágrimas) e dizer que uma mulher, ao assumir um cargo importante, antes ocupado exclusivamente por homens, o fez por sua condição feminina, não por sua competência. São avaliações errôneas que ocorrem em demérito aos vencedores e ao gênero ou categoria a que pertencem.

Já vai longe o tempo em que alguém foi considerado “de segunda classe” por não ter pele branca, ser do sexo feminino, ser homossexual ou pertencer a este ou àquele segmento filosófico ou religioso. O mundo de hoje não admite mais generalizações e nem intolerâncias. Embora certos indivíduos ainda não tenham percebido, o que vale hoje é o fato concreto e não o subjetivo. Se um cidadão é útil à coletividade e ao meio onde vive, pouco importam sua origem, sua pele, seu sexo, sua orientação sexual ou sua posição ideológica. Mais vale o seu comprometimento com a sociedade e a causa que resolveu abraçar.

Obama, sendo negro, tem toda condição de reafirmar a igualdade entre os indivíduos. Colocado como o homem mais poderoso do mundo, terá como comprovar àqueles que ainda permanecem na ignorância do preconceito e da divisão racial, que o ser humano é único e indivisível. Que cor, sexo, religião e outras diversidades são nada mais que detalhes e – potencialmente – todos somos iguais, com os mesmos anseios, direitos e obrigações. E que tudo o que apontar contra essa igualdade, é mero preconceito e merece a mais completa reprovação da sociedade.

Que o presidente negro seja o grande instrumento de redenção para todos aqueles que ainda sofrem qualquer tipo de discriminação. Que, depois do seu período, o mundo ame mais e seja mais solidário, humano e justo...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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