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Medicina e Saúde
13/11/2008 - 09h24
Os efeitos da pobreza sobre o cérebro
Ricardo Teixeira
 

A pobreza é reconhecida como um dos principais fatores que contribuem para o número de pessoas com retardo mental ao redor o mundo. Em países desenvolvidos, a prevalência de retardo mental situa-se em torno de 3-5 / 1000 indivíduos, enquanto em países pobres encontramos uma prevalência que chega a ser cinco vezes maior. Uma estimativa recentemente publicada na revista Lancet por um painel de especialistas no assunto aponta que cerca de 200 milhões de crianças menores de cinco anos em países subdesenvolvidos não atingem seu pleno potencial de desenvolvimento cognitivo devido a condições associadas à pobreza.

Isso está por trás de dois dos principais fatores de risco para o retardo mental: deficiência nutricional e de estímulo cerebral. Uma revisão sobre o assunto publicada pela Academia Americana de Neurologia em agosto de 2008 intitula o problema como uma "epidemia neurológica escondida". Do ponto de vista de saúde pública, a pobreza tem um impacto sobre o estado neurológico muito maior que a grande maioria das doenças neurológicas com suas organizadas sociedades médicas e associações de pacientes, e com seus medicamentos que movem o business da saúde.

Há cerca de uma semana o maior programa de transferência de renda do mundo, o Bolsa Família, ficou órfão com a precoce morte de Rosani Cunha, secretária nacional do programa desde 2004. É bom entendermos por meio de números o tamanho do trabalho de Rosani, e daqueles que a acompanharam e a antecederam. Ela certamente está na galeria daqueles que mais fizeram pelo cérebro dos brasileiros.

· Entre 2003 e 2006, a redução da pobreza foi de 31,4%. Quatorze milhões de pessoas superaram a condição de pobreza no período. Uma pesquisa aponta que 93% das crianças e 82% dos adultos beneficiários fazem três ou mais refeições por dia.

· O Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008 da ONU registra que o Brasil atingiu um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,8 - situando-o, pela primeira vez, no grupo de países de alto desenvolvimento humano.


Nota do Editor: Dr. Ricardo Teixeira é Doutor em Neurologia pela Unicamp. Atualmente, dirige o Instituto do Cérebro de Brasília (ICB) e dedica-se ao jornalismo científico. É também titular do Blog "ConsCiência no Dia-a-Dia" (consciencianodiaadia.com) e consultor do Grupo Athena.

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