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08/12/2008 - 06h00
Litoral norte discute a violência
Rui Alves Grilo
 

A audiência pública realizada em Caraguatatuba e divulgada na edição de 03/12 do Jornal Imprensa Livre traz como ponto positivo a reunião de diferentes atores: deputados estaduais, representantes dos Conselhos de Seguranças (Conseg’s) e das Polícias Civil e Militar. A violência é fruto de várias e complexas relações e sem a participação de todos é muito difícil resultados satisfatórios.

No entanto, parece que as soluções ficaram mais para apagar incêndio que a prevenção, privilegiando as medidas repressivas.

Ainda que a repressão seja necessária como último recurso, só deve ser usada quando realmente necessária para defender e preservar a vida e o bem estar de todos.

Experiências tem mostrado que, mesmo nas sociedades mais avançadas, não há a eliminação total da violência. A diferença é estatística: morre-se mais nos bairros pobres e indivíduos do sexo masculino na faixa dos 15 aos 25.

Nem sempre o que é feito em um lugar dá certo em outro mas um grande número de experiências bem sucedidas tem-se valido do incentivo e criação de espaços esportivos e culturais. Todos os sábados, às 7h na Globo, o Programa AÇÃO, apresentado por Serginho Groisman, mostra algumas dessas experiências de entidades dos mais diferentes lugares do Brasil.

O esporte está muito ligado à disciplina, ao trabalho em equipe, à obediência de regras, à queima das energias acumuladas e à superação de limites físicos. As artes levam à introspecção, à expressão de emoções e valores e a romper os limites da realidade e à sensação de liberdade, como um pino que libera o vapor e impede a explosão da panela de pressão, favorecendo o equilíbrio mental e psicológico.

Segundo o delegado seccional Múcio Alvarenga “os índices de criminalidade diminuíram, tendo aumentado apenas os números de homicídios, por motivos, na grande maioria, de entorpecentes.”

Um adolescente de Ubatuba já havia comentado comigo:

"- Essa situação de crianças drogadas, cheirando pó, armadas, dando tiro para cima e para baixo já está ficando normal."

Se a sociedade não criar alternativas para inclusão de jovens desempregados, estará cada vez mais jogando-os nos braços do crime porque, em fase de formação, são estimulados pela propaganda a consumirem, pois na sociedade capitalista vale quem tem. Para se incluírem tem que consumir e, para isso, vale tudo.

Para a polícia, uma das medidas importantes deveria ser o fechamento de bares irregulares nas periferias das cidades. Diadema foi um dos melhores exemplos nessa direção pois conseguiu reduzir bastante o índice de violência limitando o horário noturno de funcionamento dos bares. Mas não se limitou a isso, implantando um amplo programa de gestão e participação popular, priorizando a criação de espaços culturais e esportivos na periferia.

Propostas que têm dado bastante resultado tem como princípio o conceito de adolescente protagonista, isto é, as ações educativas são desenvolvidas por jovens multiplicadores, eliminando as barreiras de conflito de linguagem e de autoridade, falando de igual para igual e de uma forma lúdica. Governantes mais inteligentes tem feito parcerias, reconhecendo a importância do Movimento HIP HOP, têm investido no seu fortalecimento como uma estratégia para favorecer a auto-estima e afastar os jovens do tráfico, gerando renda e emprego, utilizando os jovens como monitores de oficinas para formação de dj, rappers, grafiteiros e dançarinos de street dance.

O Projeto Sol, que existe há mais de 25 anos na região de Interlagos, começou tentando recuperar os drogaditos; como o resultado era quase nulo, passou a atuar dentro da favela trabalhando com as crianças e a família e o resultado tem sido bastante satisfatório. Alguns funcionários, quando crianças, foram atendidos pela entidade, que tem normas disciplinares claras e objetivas.

O Gaiato, entidade sediada no Ipiranguinha, em Ubatuba (SP), e que atende crianças e jovens, também possui em seus quadros de monitores, adultos formados no próprio Gaiato.

Esses projetos são como grandes braços protetores de uma família ampliada.

Rui Alves Grilo
ragrilo@terra.com.br


Nota do Editor: Rui Alves Grilo é professor em Ubatuba (SP).
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