Necessidade de aprovação alheia é um sentimento bastante comum, afinal, vivemos em sociedade e quase todos buscamos algum tipo de reconhecimento. É agradável receber incentivo e elogio principalmente daqueles que nos são caros. Isso torna-se um problema quando queremos agradar sempre e não conseguimos estabelecer limites e dizer a palavrinha “não” quando necessário. Fazemos favores e assumimos compromissos por educação e não de coração, amorosamente. Dessa forma, ficamos condicionados a agradar a tudo e todos, tememos ser rejeitados e abrimos mão de nossos verdadeiros desejos para evitar magoar os outros. O pior é quando não recebemos de forma proporcional ao que foi oferecido e nos sentimos traídos por quem tanto ajudamos. Considero esse vício comportamental um tremendo engano. Quem acha que ao doar-se demais irá receber o mesmo em troca é iludido e não faz de graça. Quem quer ajudar de fato não espera retorno. É comum a vida nos presentear com ajudas vindas de pessoas que sequer imaginamos. É claro que relacionamento envolve troca, aqui estou falando dos excessos que permeiam algumas relações. Outro efeito rebote relacionado aos atos dos educados de plantão: quando o outro percebe, aquele mesmo a quem você atendeu com tanto zelo, que suas atitudes estão mais relacionadas ao apreço e à boa conduta do que ao afeto. Os muito bem educados que me perdoem, mas respeito a si mesmo e dizer “não posso”, “infelizmente estou de saída” , “vamos deixar para outra ocasião?”, são fundamentais para o desenvolvimento de relacionamentos saudáveis, pautados pela vontade e não pela obrigatoriedade. Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista.
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