Uma ou outra coluna de jornal fala de blogs; é pouco, considerando que o crescimento da internet é explosivo e atinge boa parte do público dos jornais. E quase não se fala de hoax, a falsa notícia de internet que, exatamente por não ser desmentida, circula livre, difamando reputações e prejudicando muita gente. Entre as múltiplas mentiras difamatórias espalhadas pela internet, há fotos de uma casa extremamente luxuosa, principesca, de propriedade atribuída a uma personalidade brasileira. É a mesma foto que circula na Europa, só que lá é atribuída a Robert Mugabe, o ditador de Zimbabwe. Há a história de uma fazenda-modelo, com rebanho de primeira linha, que teria sido vendida por um tradicional pecuarista ao filho de um político. O proprietário da fazenda existe e já desmentiu que a tenha negociado – mas esse desmentido não foi encampado por nenhum veículo de comunicação, o que faz com que a mentira continue circulando. Há rumores ridículos a respeito de operações bancárias que não ocorreram, e que levantam dúvidas sobre atitudes do governo. Por que os meios de comunicação mais responsáveis não podem investigar essas histórias e desmenti-las, quando falsas? Ou, se confirmadas, aprofundar as denúncias e apresentar a história inteira, devidamente documentada? Se os jornais comentam novelas de TV, se as emissoras de rádio comentam os jornais, por que fingir que a internet pertence a um outro mundo, que deve ser ignorado?
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