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SEÇÃO
Crônicas
14/12/2008 - 12h06
Pesadelo
Juarez José Viaro
 

Não gosto muito de comer antes de dormir, mas na noite passada foi inevitável. Vieram alguns amigos em casa, bebemos, comemos e quando se foram eu fui dormir. Foi batata! Dormi e sonhei. Aliás, tive pesadelos.

Sonhei que entrava em um banco e era assaltado. O gerente me colocava numa cadeira confortável e me exigia fazer um seguro para poder renovar meu cheque especial. Dizia que eu havia utilizado muito o empréstimo automático do cheque e por isso era um cliente preferencial, podia já pagar juros mensais de 8,5% ao invés dos 9,0% cobrados dos demais clientes.

Fiquei feliz, mas logo minha felicidade foi abalada pois me serviram um café amargo antes de dizer que minha poupança rendia 0,6% ao mês. Fiquei pasmo, comecei a suar frio, achei que era por causa do ar-condicionado ligado a todo vapor, mas logo informaram que eu não pagaria taxa por emissão do primeiro talão de cheques. Mas pagaria taxa se emitisse cheques abaixo de 20 reais.

Com dificuldades e, depois de deixar todas minhas economias naquela poupança especial para pessoas endividadas, consegui me safar e fugir da agência.

Acordei suando, sentado na cama com os olhos arregalados e aliviado por ter tido mais um pesadelo em minha vida. Confesso que ainda me lembrava do rosto sorridente do gerente e sua secretária empunhando uma xícara de café...

O despertador tocou em seguida. Levantei-me e me preparei para mais um dia de trabalho. Senti um alívio por passar pelas mesmas ruas e ver que tudo estava normal. Crianças descalças faziam malabarismos para pedir uns trocados, enquanto o semáforo estava fechado. As marginais eram cercadas por favelas que quase avançavam sobre o asfalto, onde crianças se espremiam para brincar, talvez esperando o melhor momento para assaltar os carros num congestionamento oportuno, pensei... Com certeza ali era um antro de marginais e traficantes. Resolvi fechar todos os vidros do veículo e acelerar.

Estava indo para mais um dia de trabalho e o melhor era evitar surpresas e assaltos. A vida era boa assim e tudo continuava normal.


Nota do Editor: Juarez José Viaro é formado em Letras e Jornalismo. Publicou o livro de poemas “Aroma de Amora” e participou de movimentos literários em Osasco e São Paulo. Tem um romance inédito, “Viagem ao Interior”.

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