Li com alegria cidadã o artigo: “Caminho inverso”, de Celso de Almeida Júnior (Ubatuba Víbora 05-12-08). De público congratulo-me com seu autor pelo estilo adotado e a sabedoria transmitida para os leitores perspicazes, conscientes, intuitivos e que pensam “EDUCAÇÃO” como um processo livre de dualismos, plural e aberto, sem distinção de classe, cultura, religião, raça ou origem. Processo que respeite a Constituição Federal, a legislação complementar e não conte com “sonhos subsidiados”. O autor merece o apoio da sociedade, na manifestação de coragem para enfrentar esses “sonhos subsidiados”, “sem medo de ser queimado em praça pública”. Pena que, até o momento, tenha sido a única voz a discordar dos “sonhos subsidiados” e a pretender colocar “cada macaco no seu galho”. Mesmo em processo de pregar as velas, por circunstâncias de vida e idade, posso lembrar ao corajoso autor que, repassando a história, de agosto de 1997 a finais de 1998, encontrará farto material, no jornal “A CIDADE”, revelador daqueles “sonhos subsidiados” de 1997. Associação em Defesa da Cidadania - ADC - combateu os sonhadores que pretendiam se apropriar de imóveis públicos e de dez milhões de dólares a serem repassados, pela Prefeitura de Ubatuba, a fundo perdido. ADC teve êxito nos seus combates e nada de ruim aconteceu para o município de Ubatuba. Ficou provada a incapacidade técnica, legal, estrutural e profissional dos sonhadores de subsídios com o dinheiro público do município de Ubatuba. Auguro sucesso, ao autor do artigo, e vislumbro que, os sonhadores de subsídios, continuam com a mesma incapacidade técnica, legal, estrutural e profissional, de 1997. Não sei se existirá a equipe de aguerridos lutadores pelo bem público e a lisura e legalidade na aplicação do dinheiro da EDUCAÇÃO que, naquela época, militavam na ADC. Sei que, mesmo a distância e na surdina, alguns apoiarão essa brilhante idéia e auxiliarão nessa nobre causa. VIVA UBATUBA! SEM DENGUE E SEM OPRESSORES. Corsino Aliste Mezquita corsinoaliste@hotmail.com Nota do Editor: Reproduzimos abaixo a matéria “Caminho inverso”, publicada no blog Ubatuba Víbora.
Caminho inverso Celso de Almeida Jr.
Gosto do Alexandre Nunes. Eu o conheço muito antes de tornar-se Apóstolo. Com seu irmão, Virgílio, vivi uma adolescência que deixou as melhores recordações. O veterinário Alexandre, ao iniciar-se na evangelização, revelou uma extraordinária capacidade de agregar pessoas, despertando os mais puros sentimentos de generosidade em seus corações. Soube agora que ele comandará uma escola, iniciando as atividades pela educação infantil. Estará caminhando por seara nova e, por isso, tenho a obrigação de alertá-lo. Assisto, há trinta anos, a extraordinária luta de uma educadora que dedica a vida para uma empreitada dessa natureza. Prô Aninha, mãe querida, faz da educação um sacerdócio e não foram poucos os sacrifícios que a nossa família fez para manter o seu colégio funcionando. Altíssimo é o custo operacional de uma escola, exigindo dedicação exclusiva daqueles que se comprometem a gerenciá-la. Alexandre montou uma equipe competente. Isso é ótimo. Eu os saúdo pela coragem de criar uma instituição de ensino, mas eu não resisto a uma reflexão divertida... Sou Católico Apostólico Romano. Respeito as religiões e seus divulgadores; os pastores em especial. Admiro-os pela inteligência, pois, que eu saiba, nenhum deles amarrou balões na cintura e voou por aí, contando exclusivamente com a Providência Divina. Nessa linha, eu sempre brinquei, respeitosamente, que depois da escola eu montaria uma igreja. Igrejas são instituições livres de tributos e, para um empresário como eu, bem-humorado, sem medo de ser queimado em praça pública, é irresistível não rir da própria desgraça. Afinal, o mesmo país que isenta as igrejas do fisco, descarrega nas escolas uma carga tributária draconiana. Pois bem, no caminho inverso, Alexandre expande a igreja e cria uma escola. É evidente que daqui a alguns anos tomaremos um café e, juntos, vamos comemorar os belos frutos que toda a escola sempre traz. Seja religiosa, no caso dele, ou laica, no caso meu. Espero, entretanto, que eu não esteja falido, pois essa história de eu montar uma igreja é brincadeirinha marota. Excepcionalmente no meu caso, vou contrariar Darwin e teimar no pensamento de Gil: “Cada macaco no seu galho.”
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