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Não muito longe daqui, na cidade de Anerimato, distante 177 km de São Paulo, existe uma casa verde água com enormes portões brancos. Da rua não se avista a casa – apenas se vê o imenso jardim com árvores frondosas que levam os visitantes, por meio de uma alameda, até a casa imponente, palaciana, já no meio do grande terreno. Espalhados pela grande área verde, ao redor da casa, muitos seguranças vigiam o entra e sai do lugar, principalmente quando a lua desce. A Casa Verde, como é conhecida, está no mesmo lugar e com a mesma finalidade por 27 anos. Muitas reformas já foram feitas, mas a beleza do lugar nunca foi ameaçada. Mulheres jovens, com sorrisos perfeitos, sempre circularam pela casa com desenvoltura, charme e sensualidade. Muitos carros de luxo já cruzaram os portões brancos e silenciaram estacionados esperando seus donos. O lugar é dividido por ambientes. Cada ambiente leva o nome de uma flor. Violeta, Rosa, Alamanda, Margarida, Tulipa, Lírio, Orquídea, Acácia e Girassol formam o imenso jardim. Pela Casa Verde nunca se viu pecaminosidade. Não, não lá. Aquele é um lugar onde solidão e devassidão são suprimidos pelo carinho. É uma casa de amor que, embora tenha um preço, nunca se viu ninguém reclamar. Não, não lá. Entre lindas mulheres encontram-se Fabianas, Carlas, Vanessas, Veras, Lucianas, Renatas, Amandas, Kátias, Patrícias e Paulas. As flores são muitas e os perfumes se misturam e, mesmo assim, se diferenciam. De onde elas são, só elas sabem. O que elas pensam, só elas sabem. O que elas sentem, só elas sabem. E o significado da palavra amor, cada flor tem o seu. Nota do Editor: Fábio de Lima é jornalista e escritor, ou “contador de histórias”, como prefere ser chamado. Está escrevendo seu primeiro romance, DOCE DESESPERO, com publicação (ainda!) em data incerta.
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