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SEÇÃO
Crônicas
24/12/2008 - 12h11
No beiço do vizinho
Ruth Barros
 
Contos da Mula Manca

Tenho uma amiga muito engraçada que quando não está à procura de encrenca parece estar sendo caçada pela dita cuja. Pois essa moça, que é de farra e namoradeira entre outras qualidades, resolveu ficar quieta em casa para evitar excessos. Ora, como diriam os fãs de um português mais machadiano, não necessariamente festa e/ou rapazes implicam em excessos. Incautos, digo com certeza, no caso dela, exagerada, sim.

Em nome da família, trabalho e outros deveres do ser humano a linda resolveu suspender a agenda e se recolher. Recolhida ficaria abrigada da tentação do sexo que demanda tempo, energia e procura. Achou que sim, até que uma falseta do destino colocou ao lado um vizinho moreno bonitão. A moça começou a ter faniquitos, mas a voz da razão, vinda da boca do próprio, avisou que era casado. A mulher morava em outra cidade.

Um belo dia uma discussão, aliás várias, que poderiam ser ouvidas por um surdo sem aparelho alertaram que tal casamento chegara ao fim. O desenlace foi confirmado novamente pelo próprio, que pediu que lhe ajudasse a se aconselhar com o advogado. Prestativa e batendo pestanas a boneca recolhida, que nessa altura do campeonato já maldizia a decisão de contenção, providenciou o rábula mais que prestamente.

O próximo passo foi uma roupa de cama limpa, no que foi rapidamente atendido com uma peça principesca, pois a esperançosa já se via deitada nela. Passado um tempo nem lençol nem vizinho. Numa bela tarde cheio de simpatia ele apareceu para pedir se não poderia usufruir da máquina e da empregada para resolver a questão da roupa suja, inclusive a de cama que tinha emprestado. Com menos um problema na vida lá se foi lépido e fagueiro.

A ficha só caiu quando logo depois, por sorte antes de ter entrado em ação o acordo da lavanderia amiga, ele disse que não poderia aceitar um convite para uma volta porque estava esperando visita do sexo oposto. Como imaginou o lençol dela na cena, o pouco de decência que restava nessa alma resolveu tirar de campo o time que nem tinha chegado ao gramado. Minha amiga quer voltar a olhar para depois da cerca.


Nota do Editor: Maria Ruth de Moraes e Barros, formada em Jornalismo pela UFMG, começou carreira em Paris, em 1983, como correspondente do Estado de Minas, enquanto estudava Literatura Francesa. De volta ao Brasil trabalhou em São Paulo na Folha, no Estado, TV Globo, TV Bandeirantes e Jornal da Tarde. Foi assessora de imprensa do Teatro Municipal e autora da coluna Diário da Perua, publicada pelo Estado de Minas e pela revista Flash, com o pseudônimo de Anabel Serranegra. É autora do livro “Os florais perversos de Madame de Sade” (Editora Rocco).

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