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Opinião
26/12/2008 - 14h17
O ano que começou mais cedo
Merheg Cachum
 

Para a economia e os setores produtivos, 2009 começou em outubro último, quando ocorreu a internacionalização da crise financeira nascida no imbróglio das hipotecas imobiliárias e dos derivativos norte-americanos. O impacto ocorrido ao cabo do terceiro trimestre foi tão agudo e abrupto, que se torna impossível analisar sob os mesmos parâmetros a performance do nível de atividade nos 12 meses de 2008.

Para a indústria brasileira de transformação dos plásticos não foi diferente. Embora ainda não tenhamos os números definitivos, o seu desempenho foi bom nos três primeiros trimestres. No entanto, como todos os segmentos, a atividade sofreu os reflexos do crash mundial a partir de outubro. Esperamos que, doravante, as dificuldades sejam menores.

É oportuno reiterar, num momento de expectativa como o atual, a importância das entidades de classe na defesa, promoção e fortalecimento dos setores que representam. Nesse contexto, a Abiplast está mobilizada para ajudar a indústria do plástico a vencer as adversidades em 2009. Todas as iniciativas voltadas a estimular os negócios e ativar o mercado são ainda mais significativas em conjunturas de dificuldades. A despeito da turbulência mundial, acreditamos que a indústria de transformação do plástico tenha boas oportunidades de manter desempenho satisfatório.

Por outro lado, independentemente da crise internacional, o setor precisa enfrentar, em 2009, algumas questões estruturais, como a exagerada carga tributária e problemas do mercado interno, que interferem no seu equilíbrio. Prova disso encontra-se nos números de sua balança comercial no acumulado de janeiro a outubro de 2008: déficit de US$ 839,9 milhões, equivalentes a 118 mil toneladas, um recorde desde o início da série histórica desse dado, em 1996. A marca é 58,15% maior do que a registrada em igual período de 2007 e supera o saldo negativo integral do último exercício (US$ 645,68 milhões), até então o maior. É importante entender que esse desequilíbrio, embora possa ser agravado pela tempestade financeira que acomete o mundo, não está relacionado à presente conjuntura global de dificuldades.

No período, as exportações totais dos produtos transformados de plástico registraram US$ 1,17 bilhão, correspondente à comercialização de 288 mil toneladas, com preço médio de US$ 4,08 mil por tonelada. Comparando-se às exportações totais do ano anterior, houve crescimento de 18,5% em valor e 3% em peso. As importações totais nesse mesmo período registraram US$ 2,01 bilhões, correspondentes a 406 mil toneladas, apresentando preço médio de US$ 4,96 mil por tonelada. Importamos os produtos transformados por valor FOB superior ao dos fabricados nas indústrias brasileiras, pois os itens comprados no exterior têm, na média, maior valor agregado. Este é um detalhe que evidencia o desequilíbrio verificado no mercado.

Os números demonstram, sem qualquer dúvida, a necessidade premente de se restabelecer o equilíbrio da indústria transformadora do plástico. Para isso, seria importante a adoção de medidas absolutamente viáveis, como a isonomia do IPI e aumento do prazo de recolhimento dos impostos, acesso mais amplo a financiamento e com o mesmo nível dos juros internacionais, de modo a suscitar a igualdade de preços com os praticados no Exterior. Tais providências são imprescindíveis para a competitividade de um setor presente em praticamente todas as cadeias de suprimentos da indústria e, portanto, com sensível impacto nos índices inflacionários e na oferta de bens de consumo e de produção. A mobilização com foco nessas medidas será uma das pautas prioritárias da Abiplast no ano novo.

Por outro lado, a crise financeira mundial e os desafios econômicos internos não podem deixar esquecida a questão da sustentabilidade, que deverá continuar merecendo toda a atenção em 2009. A preservação do meio ambiente é um dos temas mais trabalhados pela Abiplast ao longo de seus 40 anos, uma vez que influencia diretamente na vida de seus associados - empresas e recursos humanos -, dos consumidores e toda a sociedade. Acreditamos que a solução dos problemas econômicos enfrentados pelo mundo deva dar-se por meio de um processo de produção equilibrada, maior responsabilidade na gestão financeira, preservação ambiental e dos recursos naturais e melhor distribuição da renda. Esta é a equação da sobrevivência, que precisa ser resolvida pela presente civilização.


Nota do Editor: Merheg Cachum é presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast).

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