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Opinião
27/12/2008 - 10h12
O governo, o povo e as enchentes
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Cada dia que chove forte, milhares de brasileiros sofrem prejuízos com suas casas, estabelecimentos e veículos tomados pela água. São danos, feridos, seqüelados e até mortos em razão dos acidentes. Essa é uma dura, mas previsível, realidade que clama por providências imediatas e eficazes. Ninguém é merecedor de tamanha quota de sofrimento e toda a sociedade tem o dever de mobilizar-se para exigir soluções dos órgãos governamentais.

As enchentes não constituem fenômeno brasileiro. Acontecem em toda parte e já deixaram de ser problema nos países mais desenvolvidos, onde investiram em tecnologia e obras para evitá-las. Nos Estados Unidos, por exemplo, o vale do Rio Tennessee deixou de ser zona de enchentes pavorosas para constituir-se numa região próspera, onde tudo é controlado e os técnicos se dão ao luxo de dizer que, dependendo do local, "não ocorrerão enchentes até o ano 2020, 2030 ou 2050". O ano citado, segundo explicam, é apenas uma referência do comportamento do vale como está atualmente, mas até lá, outras obras serão realizadas, dilatando o prazo de validade. Conclusão: não haverá mais enchente.

A engenharia brasileira já demonstrou capacidade para desenvolver e executar grandes obras, simulares às que estabilizaram os cursos d’água em outras partes do mundo. Nossas construtoras atuam em diferentes países, realizando obras grandiosas. Logo, temos suporte técnico para buscar as soluções. O que precisa é investimento e, acima de tudo, vontade política e social.

Os governos precisam respeitar os cronogramas e concluir as obras que recebem de seus antecessores. Têm a obrigação de dar continuidade a programas de longo prazo que, interrompidos, representam perda dos investimentos já realizados e volta à estaca zero na solução dos problemas perseguido. Aceitar a idéia de que, mesmo mudando o governante, o governo é o mesmo e os problemas também.

O presidente da República, o governador do Estado e o prefeito de cada município deveriam estar conscientizados de que é durante o período seco que se evita a ocorrência de tragédias na estação das águas. É sua obrigação evitar a todo custo a ocupação de áreas de encostas, de várzeas e de vazantes sem a realização de obras de proteção ambiental e compensação hídrica. E manter limpas as redes de galerias pluviais, córregos e rios, para evitar que o lixo impeça o escoamento das águas e estas provoquem as inundações. Tudo o que se tem feito nessa direção ainda é pouco. Seria interessante carrear recursos e oferecer um papel maior à defesa civil, tornando-a mais preventiva do que curativa. Poder-se-ia, inclusive, envolver mais a comunidade nessa tarefa, agregando o apoio à Defesa Civil à hoje vitoriosa experiência dos Consegs (Conselhos Comunitários de Segurança). Além do governo em todos os seus níveis, a comunidade tem de estar consciente e participar da grande obra.

Apenas o apelar para a solidariedade da população não resolve os problemas das populações atingidas de São Paulo, Santa Catarina, Rio, Minas e outros pontos atingidos pelas águas. Os governos precisam abrir seus cofres, convocar a competência de seus técnicos, motivar e educar o povo, e partir para a solução definitiva do problema. O custo inicial é alto, mas ficará mais barato e menos penoso do que socorrer vítimas...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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