02/09/2025  16h08
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
30/12/2008 - 11h23
O (injusto) salário do aposentado
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Mais um ano termina, com a grande legião de aposentados descontente com seus baixos rendimentos. Reclama até quem teve a sorte de conseguir proventos mais próximos aos seus salários - caso dos servidores públicos -, tidos como privilegiados pelos demais. A instabilidade econômica, a inflação e os percalços da economia eliminaram o parâmetro de salário justo ou razoável para a população.

O Salário Mínimo, criado nos anos 40, foi, durante muito tempo, o indexador de valor entre o trabalho e os serviços. Governos irresponsáveis e demagógicos que se sucederam eliminaram essa equivalência sob o pretexto de que, com isso, seria mais fácil aumentar o rendimento de quem ganha o Mínimo. Porém, o Salário Mínimo continua muito longe de atender as necessidades básicas do trabalhador.

Os aposentados da Previdência Social que, durante a maioria dos 30 ou 35 anos de trabalho, recolheram com base em dois, três, cinco ou dez Salários Mínimos, hoje se sentem "roubados", porque recebem proventos muito inferiores à faixa de Salários Mínimos em que contribuíram. Carregam a amargura de criaturas enganadas, principalmente porque os homens do governo, quando eram da oposição, faziam candentes discursos criticando o governo de então e acenando com respeito ao salário do aposentado. Respeito que, na prática, não existe.

Denuncia-se que o dinheiro da Previdência Social tem sido desviado para o pagamento de juros da dívida pública e outras despesas estranhas ao custeio das aposentadorias e da seguridade social. O noticiário informa sobre fraudes milionárias e desvio de dinheiro que, normalmente, não retorna aos cofres do instituto previdenciário, para onde deveria voltar com juros e a correção monetária.

Em vez de sangrar o pecúlio do trabalhador, o governo deve respeitar o cofre do INSS e, se mesmo assim ele for insuficiente para pagar aposentadorias dignas, destinar verbas públicas para reforçar o caixa, como agradecimento ao trabalho que fez o País crescer e se desenvolver. Seguir o exemplo dos países desenvolvidos, onde o trabalhador recebe proventos dignos porque não há desvio de finalidade.

Uma séria pesquisa atuarial revela que o trabalhador que recolheu sobre três Salários Mínimos, ao final de 35 anos, se aposenta com proventos de R$ 690 mensais; e que se esse em vez de recolhido à Previdência, o mesmo dinheiro fosse depositado na caderneta de poupança, hoje ele teria acumulado R$ 354,00 mil e poderia sacar R$ 1.773,76 ao mês, ou seja, R$ 1.083,35 a mais, só de juros, sem mexer no capital principal e nem levar em consideração o justo merecimento de cada um pelo trabalho que gerou o progresso e o desenvolvimento.

Enganam-se e cometem injustiça os que, apesar de tudo, ainda qualificam os aposentados como parasitas ou fardo à economia. É preciso lembrar que eles já cumpriram sua missão, e estão prejudicados porque o dinheiro que entregaram ao governo para a aposentadoria rendeu muito menos que a caderneta de poupança, a aplicação mais popular desse país. Algo de urgente tem de ser feito pelos velhinhos. Especialistas dizem que o propalado déficit da Previdência não existiria se o governo não desviasse o dinheiro. Então, há que se adotar medidas para recolocar o salário do aposentado no seu devido lugar e, finalmente, praticar a justiça social. Questão de respeito e dignidade...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.