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03/01/2009 - 13h02
Mil árvores
Rui Alves Grilo
 
E se eu não puder?

Quando resolvi vir para Ubatuba, vim sozinho. Meus filhos não acreditaram que acostumaria a viver aqui. Havia acabado um trabalho de mais de dez anos, registrando as mudanças na paisagem da Capela do Socorro, entre as represas Billings e Guarapiranga. E registrando a saga do povo, sempre esquecido, mas que realmente é quem cria as riquezas e transforma o mundo.

Mas a cada dia, quando acordo, abro as janelas e vejo, aqui da Pedreira, o sol brilhando no mar, sinto que vivo no paraíso. A mesma sensação eu sinto, quando, à noite, a lua vai saindo do mar, prateando as águas, delineando a sombra dos morros que emolduram essa paisagem. Ou quando vejo beija-flores de diferentes cores sugando o néctar das helicônias embaixo da janela da cozinha.

Mas Ubatuba não é só paisagem. São pessoas que nos ajudam a viver e a tocar a nossa vida em frente: a Vitória, ensinando ao poder público que o transbordo não é a única solução; o Gerson, no seu inconformismo e compaixão pelos sem-teto; o Julinho, com seu humor mordaz e a sua luta em defesa da cultura e do meio ambiente; a Nalva, com sua palavra sempre amiga e a sua alegria meio bruxa ao mostrar às crianças a mágica transformação do papel em um novo papel; a Lucrecia, ao peneirar a terra e, junto com as crianças, preparar as mudas de árvores nativas para que elas continuem a existir; a Vera Tango, que ensina as crianças a arrancar os sons dos próprios corpos e a domar os sons transformando-os em contagiante melodia; a Bete Mourão, na sua paixão pelas orquídeas e pela manutenção de frutas e verduras sem agrotóxicos...

São tantas pessoas... Estas que citei são apenas exemplos...

Voltando ao desafio do Julinho: plantar 1000 árvores.

Alguém pode alegar que não tem espaço e não tem tempo. Se as pessoas deixassem de cimentar e impermeabilizar todo o chão, mesmo que fosse meio metro quadrado, teria espaço para plantar grama ou outra forração e estaria colaborando para reduzir as enchentes e aumentar a produção de oxigênio. Você já viu uma forração que dá flores parecidas com a quaresmeira? Você já viu o contraste das flores amarelas sobre o manto verde da grama amendoim?

A substituição dos muros por cercas vivas ou por telas recobertas por trepadeiras poderia trazer a beleza das cores das flores, dos pássaros e das borboletas. E no Brasil temos tantas trepadeiras belíssimas e que encontramos em qualquer terreno baldio.

Ao começar esse ano, que tal pensarmos nessa idéia e enchermos nossa vida de cores e de beleza. E assim, estaríamos complementando a tarefa do Julinho e ampliando o espaço para os coloridos e bonitos pássaros do Rizzo.

Rui Alves Grilo
ragrilo@terra.com.br


Nota do Editor: Rui Alves Grilo é professor em Ubatuba (SP).
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