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Opinião
04/01/2009 - 14h10
É proibido proibir?
Wanda Camargo
 

Notícias ruins - principalmente as surgidas de causas externas ao nosso pequeno mundo - podem num primeiro momento nos trazer surpresa e estarrecimento, mas terminam por nos amortecer até ficarmos indiferentes ou mesmo contrariados com o noticiário.

Assim, ouvimos e lemos sobre a violência nas escolas e a dificuldade de as crianças e jovens se tornarem disciplinados e se adequarem à autoridade, mas permanecemos certos de que jamais esse problema irá alcançar a nós ou nossos filhos.

Quando, porém, a violência se manifesta do lado de dentro dos portões escolares, em agressões físicas e ao patrimônio, como ocorre com freqüência nos dias de hoje, manifesta-se uma séria necessidade de reflexão sobre o assunto, pois, como diria o poeta, "alguma coisa está fora de ordem".

O debate em torno do assunto está ligado à falta de diferenciação e compreensão de dois conceitos: o da autoridade e o do autoritarismo.

Vemos, por exemplo, que muitos pais se sentem culpados pelo pouco tempo despendido com os filhos, e embora raramente realizem ações concretas para eliminar esta culpa, procuram expiá-la nas escolas, com a exigência da não contrariedade às idiossincrasias dos jovens e com a demanda de concessão da maior liberdade possível.

A não distinção entre autoridade e autoritarismo incide sobre a relação pais/liberais e filhos/indisciplinados, que pode ser constatada nos supermercados, lojas, hospitais e tantos outros lugares públicos, observando manifestações ruidosas de filhos contrariados em suas pequenas vontades.

A explicação mais óbvia para essa confusão de conceitos se debruça no fato de que tanto os pais quanto os professores - em especial os docentes do ensino superior - cresceram sob o impacto do regime militar, o qual criou neles uma imensa ojeriza ao autoritarismo. Contudo, parece que existe um esquecimento geral de que, enquanto o autoritarismo representa o uso abusivo da autoridade, a autoridade nada mais é do que o direito de guiar e liderar conquistado legitimamente ao longo do tempo, por estudos, dedicação e conhecimentos.

A autoridade se constitui de forma válida por meio de sérios esforços. As Tábuas da Lei não foram dadas gratuitamente a Moisés: para isso, foi necessário o sofrimento de todo um povo, mantido em cativeiro e condenado a vagar pelo deserto, para que se fosse compilado o conjunto de princípios morais que norteiam nossas relações sociais há milênios.

No entanto, preferimos atribuir explosões de violência nas escolas unicamente à pobreza, ao capitalismo selvagem, à omissão e à indiferença dos outros, enquanto nos esquecemos da nossa. Ignoramos de várias formas, e freqüentemente, a autoridade. Desprezamos leis, cometemos infrações no trânsito, praticamos pequenos delitos e nos consideramos perfeitos.

Para construir um mundo melhor, precisaríamos ter humildade para aprender e nos submeter ao cansativo processo de ouvir aqueles que iniciaram uma caminhada muito antes de nós, aceitando críticas e refazendo infindáveis vezes a nossa trilha.


Nota do Editor: Wanda Camargo é presidente da Comissão Central do Processo Seletivo da UniBrasil, em Curitiba (Faculdades Integradas do Brasil).

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