Todos os dias quando saio na rua fico irritado ao ver o quanto o povo é desrespeitado nos seus direitos e na sua dignidade.

Fui obrigado a me mudar da Pedreira Baixa para a Alta porque há 20 anos não há um trabalho de conservação da rua e chegou um momento em que tive de pagar aluguel de uma vaga de garagem e subir à pé porque o carro não subia mais.

Aqui, na Pedreira Alta, quando retiraram os paralelepípedos de alguma rua do centro, o povo conseguiu que a Prefeitura “doasse” as pedras e o povo entrou com a mão-de-obra. Assim, pode-se chegar a um dos lugares onde há uma das mais belas vistas da cidade.

Quase no final da rua, faz bastante tempo que vaza tanta água do encanamento que, para manter a rua em condições, um vizinho colocou uma mangueira que mantém o terreno em frente encharcado. Em outros pontos da rua, depois de muito tempo, consertou os encanamentos mas deixou a rua cheio de buracos. Logo que a Sabesp fez o conserto, liguei reclamando. Do outro lado do telefone uma voz me disse que já haviam feito a licitação.

Esperei acreditando. No entanto, faz mais de seis meses e até agora a rua não foi consertada.

É esse o exemplo que a Sabesp dá aos cidadãos.

Mas esse não é o maior problema relacionado à Sabesp. Obras prometidas por Covas, até hoje não foram concluídas. Em 2005, Antônio Marcos Capobianco, Sociólogo e ambientalista, ex vice-Presidente do Comitê das Bacias Hidrográficas do Litoral Norte (SP) - CBH/LN, e da Federação Pró-Costa Atlântica, publicou na Folha de São Paulo o artigo “O Litoral Norte/SP pode morrer na praia” do qual extraí os seguintes trechos:

“o tratamento do esgoto aí carece de cuidado especial, mas tem sido inepto. Nas poucas praias onde há estação de tratamento, este é inadequado e não há equacionamento da destinação de lodos. Comete-se o absurdo de construir poços de visita (inspeção) em plena praia, e nos picos do verão falhas no sistema já fizeram jorrar esgoto bruto na areia. Irônico, pois o afastamento do esgoto é virado de cabeça para baixo: depois de ’reunido’, o esgoto é levado para o local de maior concentração humana.”

“os municípios - que têm a titularidade dos serviços de água e esgoto - devem cobrar qualidade e investimentos da concessionária (SABESP), que prometeu um programa sério de saneamento e fez o mínimo”.

Rui Alves Grilo
ragrilo@terra.com.br