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Opinião
19/01/2009 - 15h01
À espera do messias
Luciano Martins Costa - Observatório da Imprensa
 

Um grande volume de informações, compatível com a importância do momento histórico, circula desde o final de semana, dando detalhes da cerimônia de posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama.

Em todos os jornais e nas revistas semanais de informação, o ponto central é a imensa crise que abala a economia americana e as apostas sobre a capacidade de Obama de recolocar o país em condições de estabilidade.

Mas observa-se que o tom geral das reportagens e análises vazou para o campo quase espiritual da esperança: a julgar pelas expectativas externalizadas pela imprensa Obama chega ao poder como um messias negro.

Ele ingressa na Casa Branca, segundo pesquisas publicadas na segunda-feira (19/1), em um cenário de otimismo quase surreal, dadas as circunstâncias em que os Estados Unidos estão mergulhados: 79% dos americanos se declaram otimistas quanto às chances de Barack Obama produzir mudanças na economia e de resolver problemas sociais produzidos pela combinação perigosa entre o desemprego crescente, a inadimplência de milhões de cidadãos americanos e o desmantelamento do sistema público de saúde.

O milagre

O volume e a complexidade das mudanças citadas na imprensa nos últimos dias como medidas necessárias para a reorganização da economia dos Estados Unidos superam a própria capacidade humana de entender a questão.

Barack Obama assume coberto pela mídia com um manto sagrado, e é nessa mistificação que mora o perigo.

Entre as análises matemáticas sobre o esforço que os americanos terão de fazer para consertar os estragos provocados por anos de especulações e fraudes, vazam manifestações desse misticismo que, no confronto com a realidade, poderá reverter as expectativas num futuro muito próximo.

Até mesmo o "milagre do rio Hudson", como é chamado o acidente com o Airbus no qual nenhum passageiro morreu, e o súbito encerramento dos combates na Faixa de Gaza, já foram relacionados ao advento da era Obama, como exemplos de prodígios que ele pode produzir.

Pão e vinho

O jovem senador carrega um carisma excepcional, produziu um plano de governo capaz de empolgar os adeptos de mudanças após oito anos do desastrado governo Bush.

Mas a imprensa não pode embarcar no clima de festa e esquecer seu papel de manter a realidade bem visível, para que as esperanças destes dias não se esgotem nas primeiras decepções.

Obama pode vir a ser um estadista, mas não consta que seja capaz de multiplicar os pães ou transformar água em vinho.

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