Gosto de minha companhia, aproveito meus momentos solitários sem um pingo de sofrimento. Quando se está bem, satisfeito consigo apesar de todos os tropeços pela vida afora, a ausência de pessoas ao redor não é um castigo. Boas companhias são sempre bem-vindas, mas cá pra nós, saber curtir sem depender dos outros é uma arte. Estar em paz é fundamental. Com harmonia interior dá para arriscar ficar um tempo “na rua, na chuva ou numa casinha de sapê” sem medo da ausência. Observo algumas pessoas que vão de um lado para outro, trocam de cidade, de namorado, marido, profissão, em uma busca desenfreada e nunca encontram o que procuram. Parecem ter um vazio interior permanente, e imaginam que buscando apenas externamente irão encontrar algo que as preencha. Introspecções são valiosas e podem surpreender no quesito preenchimento de lacunas. Outro pequeno detalhe que faz toda a diferença: sem amor-próprio, uma boa dose de auto estima e respeito a si mesmo torna-se inviável uma boa convivência. Infelizmente, pessoas mal resolvidas costumam destilar seu veneno em momentos impróprios, causando desconforto naqueles que simplesmente querem tocar a existência numa boa. Intolerância, arrogância, indiferença são características de quem ainda não possui alicerces psicológicos suficientemente fortes para lidar com o mundo à sua volta e por isso costumam utilizar a capa compensatória de uma pseudo superioridade. Ledo engano. Cultivar um rico universo interior pode ser a chave para compreender e adaptar-se melhor ao cotidiano, que algumas vezes torna-se um pouco indigesto. Necessária introspecção. Quem estará sempre ao seu lado, não duvide, é você. Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista.
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