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Crônicas
22/01/2009 - 07h00
Maysa: intensidade, excesso e fragilidade
Nice Pinheiro
 

Acredito que o grande amor de Maysa sempre foi André Matarazzo. Desde criança, literalmente. Realizou o sonho de casar e ser feliz com ele. E destruiu também. Cresci ouvindo que não se pode ter tudo ao mesmo tempo, e Maysa queria tudo ao mesmo tempo. Queria o homem que amava, o filho, e o sucesso como cantora e compositora. Não fosse naquela época, talvez ela tivesse conseguido...

A doença de Maysa, segundo Ana, sua fiel escudeira e anjo da guarda, era "excesso de tudo". Mas esse "excesso de tudo" era provocado pela falta do seu grande amor. Ela não tinha um lar seu, de verdade, já que André não aceitava sair da casa da mãe e, principalmente, não acatava a rigidez de regras de comportamento, imposta por uma família tradicional e altamente conservadora.

Naquele tempo, a maioria das mulheres seguia o pensamento "ruim com ele, pior sem ele". E submetiam-se a tudo e a todos em nome do casamento, mesmo que esse fosse o grande fardo de suas vidas. Maysa não aceitou esse fardo. Lutou pela sua liberdade. Liberdade de pensar, de agir e de ser. Mas não soube lidar com toda sua energia, vitalidade e solidão. Ganhou dinheiro e fez sucesso, mas perdeu o amor de sua vida e encontrou o vazio da solitude e da angústia.

Existem pessoas que priorizam a carreira ao amor ou à família. Hoje em dia isso é muito comum. Afinal, o "ter" está exterminando o "ser" já faz muito tempo. E ainda hoje, existem homens e mulheres que não aceitam o trabalho do outro. Ou não suportam o sucesso do outro. Sem contar que o amor é considerado por muitos como sentimento banal, piegas.

O "excesso de tudo" de Maysa não era apenas referente ao cigarro, à bebida, às drogas para dormir, à velocidade. Ela também tinha excesso de "ser". Porque Maysa era intensa e verdadeira em seus sentimentos. E foi justamente essa intensidade toda grande causadora do excesso de tudo que, com o tempo, gerou a fragilidade diante da vida.


Nota do Editor: Nice Pinheiro é jornalista.

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