A posse de Barack Obama deixou o mundo mais alegre e confiante. Não só pela cor, mas pelo gestual e propostas e eleição inquestionável, sua figura é muito diferente da do antecessor, que começou seu mandato sob recontagem eleitoral e com ameaças e atentados terroristas contra os EUA e outras partes do mundo (culminando com 11 de setembro, no World Trade Center). Bush teve de optar pela guerra e nela investiu tanto o seu prestígio quanto elevadas somas em dinheiro que, também, compõe o cenário da atual crise econômica, mas entregou o país em melhores condições de segurança do que recebeu. Obama chega com prestígio e em condições de poder optar pela recuperação econômica e desenvolvimento e, com isso, melhorar a vida de todo o mundo, que depende do bom desempenho dos EUA. Sua tarefa mais imediata será a de acabar dignamente com a guerra no Iraque, resolver inúmeras rusgas do seu país ao redor do mundo, manter sob controle o terrorismo e, principalmente, expulsar a crise da economia americana. Fazer o país voltar à normalidade dos tempos de paz. Todos os cidadãos do mundo que viram, apreensivos, as medidas ditas impopulares de Bush, depositam agora sua esperança em Obama. Para o mundo, saem a prepotência e a insensibilidade e assumem o equilíbrio e a representatividade. O novo presidente, mercê do seu carisma, tem todas as credenciais para recolocar seu país nos eixos e oferecer estabilidade a todos os que dependem de sua economia, inclusive o Brasil e demais países latino-americanos. Se os EUA forem bem, todos nós temos melhores chances de também irmos. Obama chega ao poder nos braços do povo. O cidadão comum enfrentou temperaturas abaixo de zero para ver de perto a sua posse. E o presidente fez questão de seguir rituais antigos e consagrados, como a viagem de trem rumo a Washington, e o discurso menos formal e mais comprometido diretamente com a população, para dizer que os tempos são outros. E tudo isso soma-se ao fato dele, apesar de todo seu brilhantismo e preparo, ainda ser um descendente afro, talvez a materialização do sonho defendido há décadas pelo pastor Martin Luther King. Os EUA vivem o clima de euforia de latinos e negros e um momento de rara oportunidade de conciliação. A derrocada econômica, apesar de ruim, pode até contribuir para eliminar a soberba daqueles que se pensavam superiores e quebraram o país, facilitando o estabelecimento de um novo pacto, mais ético, sério e humano. E, se isso acontecer, no país detentor da maior economia do mundo, terá ecos em toda parte, inclusive no Brasil, onde a discriminação racial é crime, mas existe travestida de diferentes formas. O mundo moderno já sepultou os conceitos de direita e esquerda, que hoje servem apenas de referência e para sustentar o antigo ranço. O presidente negro dos EUA é a quebra de paradigma que faltava para o mundo viver um novo tempo. Obama é a prova viva de que não há diferença entre brancos e negros, desde que ambos tenham a oportunidade de desenvolver seus talentos. A essa altura, todos os países do mundo, até aqueles contumazes antiamericanos, estão torcendo para que o novo governo de Washington dê certo. Isso salvará o planeta da possibilidade de um "crash" igual ou maior que o de 1929... Oremos por Obama... Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).
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