Trago comigo todos os elementos da mulher selvagem. Sem eles, não sobreviveria muito tempo nessa teia engendrada a fim de capturar os desavisados. Sinto a força da intuição, do senso de proteção à família e a todos os que me são caros, a paixão, a sensatez. Mantenho dentes e garras afiadas para as ocasiões necessárias. É preciso defender-se dos predadores que estão à espreita. Estou atenta, terna e compassiva. A mulher que carrega e alimenta sua alma torna-se poderosa, utiliza sua força e seu poder de forma sutil, sem violência e com sensibilidade. É capaz de desenvolver seu potencial, de existir plenamente sem anular-se, ajudando aos que estão ao redor. É generosa, benevolente, consciente de sua responsabilidade. Precisa de momentos a sós, de introspecção, calmaria, silêncio. Deseja compreender o mundo, decifrá-lo e interpretá-lo a seu modo, de forma natural, instintiva. Liberar a criatividade é vital e uma vida simples pode operar milagres nessas mulheres intensas, especiais, algumas vezes solitárias, muitas vezes incompreendidas. Estou buscando meu território, estou correndo com lobos. Sou mesmo assim, uma mulher selvagem.
Nota do Editor: Sayonara Lino é jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. É colunista do Literário e também do Sorocult.com.
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