02/09/2025  09h46
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
28/01/2009 - 15h08
Passo tímido no rumo certo
Antonio Carlos Pannunzio
 

O governo afinal se deu conta do contra-senso de manter a taxa Selic nas alturas quando, em todos os países economicamente avançados, com o agravamento da crise, patamares semelhantes, bem mais modestos que o nosso, têm sido alvo de sucessivas derrubadas.

É imperativo, em situações como a que o mundo vive hoje, não apenas remover entraves ao consumo, mas criar condições que o favoreçam.

No Brasil, nada briga tanto com as aspirações de consumo da população como as altas taxas de juros. O cidadão que, mesmo empregado e com um nível razoável de remuneração não consiga, num determinado mês, pagar a totalidade dos vencimentos de seu cartão de crédito se vê em meio a um cipoal em que é impossível divisar a saída.

Uma das facetas mais sérias da crise econômica no Brasil, neste momento, é a que afeta o mercado de automóveis. Com os pátios lotados é inevitável que as montadoras partam para a tomada de medidas desagradáveis para a classe trabalhadora, das férias coletivas às demissões.

Qualquer pessoa com um mínimo de informação sobre a nossa realidade sabe que o dinamismo do mercado de carros 0 km está associado ao bom funcionamento das revendas de carros usados.

Paralelamente à venda do produto em si, nos bons momentos da economia, elas mantêm em funcionamento um complexo aparato de crédito. Trocar de carro ou refinanciar aquele que se vem utilizando é essencial à estratégia de sobrevivência dos grupos que estão ascendendo à classe média e aos que nela se esforçam por permanecer. O carro, muitas vezes, é só o pretexto para que o cidadão tenha acesso a uma soma de dinheiro indispensável para manter as suas contas em dia.

Com a alta do spread bancário, o universo do carro usado foi duramente atingido e o de motos usadas quase deixou de existir. Iniciou-se aí a desaceleração do ciclo virtuoso da economia interna e a viagem de centenas de milhares de trabalhadores de montadoras, indústrias de autopeças e fornecedoras de insumo rumo ao desemprego.

O corte de 1% na taxa Selic, decidido pelo Copom é tímido e insuficiente para alterar o panorama recente da economia brasileira.

Os bancos particulares têm de entender que, neste instante, só cortando seus ganhos nababescos podem evitar que um número crescente de brasileiros não tenham como honrar o cheque pré, o carnê ou a fatura do cartão e sejam empurrados para o inferno que é o nome sujo no SPC e no Serasa.

Como em quase tudo o que é importante, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também nessa questão demorou muito em agir e, quando o fez, foi tímido demais.

Não é menos verdade que as lideranças econômicas e financeiras, sabem perfeitamente que a questão é maior do que o governo. Podem, pois, aproveitar o mote e fazer a parte que lhes cabe para a redução dos escandalosos juros praticados no País, abrindo caminho para novas reduções da Selic e do spread bancário.

Mediante aproximações sucessivas e ágeis poder-se-á então conseguir que o juro deixe de ser o vilão da economia e resgate seu papel, há muito esquecido, de parceiro do consumo.


Nota do Editor: Antonio Carlos Pannunzio é deputado federal e membro da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.