O escritor nigeriano Wole Soyinka, nascido em 1937, e que foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura em 1986, nos legou a seguinte filosofia: “Demagogia é usar o passado para absolver os responsáveis pelo presente". E ponha razão nisto, pois é comum buscar-se no passado os maus exemplos, ensinando muito mais o que de errado se fez e como faz, do que como ser bom e alcançar o bem. Uma vez, nos anos sessenta, eu morando em Santos, entabulou comigo, em um ponto de bonde (ainda havia bondes), como poderia ter aberto diálogo com qualquer um, um homem atônito e parecendo transtornado. Não queria lembrar o passado, preferia falar em futuro e vaticinar caminhos que hoje o mundo está tomando, a exemplo das pesquisas com células troncos. Era alemão, era médico; era morador de Bertioga, parecia ser fugitivo de algo ou alguém, poderia ter sido Josef Mengele, por que não? Mengele nasceu na cidade de Günzburg, em 16 de março de 1911 e supostamente faleceu em Bertioga, litoral de São Paulo, em 7 de Fevereiro de 1979. Foi um médico alemão que atuou também durante o regime nazista, e ficou conhecido como “Anjo da Morte”. Não me importaria se foi anjo ou demônio, o importante é que ali estava um homem com sofrimento e sentimentos que só ele poderia dizer, mas não me disse. Encontramos-nos seguidas vezes na Praia do Menino, e um dia sumiu. Como me é de praxe, com ele, entre um silêncio como se estivéssemos a meditar, eu procurava o levar uma mensagem cristã. Juro que pensava que o mesmo tinha graves problemas familiares. Preocupava-me o terno cinza que diariamente repetia, e que já liberava um cheirinho de passado. A esposa o teria posto para fora de casa? Esperei esta resposta, e cheguei a fazer a pergunta. Mas não me deu nenhuma resposta assim e nem me disse ser Rudolph Weiss, como agora o mundo “descobre”, no livro “Mengele: el Ángel de la Muerte en Sudamérica”, do argentino Jorge Camarasa, relembrando o nada agradável campo de concentração de Auschwitz, na Alemanha, durante a Segunda Grande Guerra. Só não sabe quem não quer (ou não sabe somar), que o comunismo foi dos regimes que mais mataram no mundo inteiro: mais de 150 milhões de serres humanos. E, mesmo assim, muitos o apóiam. Por qual razão? Especialmente no Brasil, com a moda esquerdista dos comunistas fashions, que desfilam celulares de última geração, marxistas que não abrem mão do velho e bom dos sanduíches Mcdonald’s junto com a imperialista coca-cola. Stalinistas que não sabem viver sem a internet, criação do capitalismo. Maoístas que fazem questão de ter na frota BMW. Trotskistas colecionadores de tênis Nike. Isto não é grande hipocrisia? Fico a pensar no urânio tão combatido pelo Greenpeace, e se suspeita que o faça por algum interesse econômico escuso. Pois o urânio é múltiplas vezes menos cancerígeno do que o amianto, do qual já foram feitas caixas d’águas que complementavam as construções de casa populares, e ainda existem muitas remanescentes anteriores à contra-indicação por médicos pesquisadores, e proibição por autoridades de saúde. Algum “green” está protestando? Está fazendo escândalo igual ao que fizeram em nossas reservas de urânio de Caetité? O mundo é cercado de demagogias. Agora o mundo está preocupado com os gêmeos de Candido Rondon, no Paraná, onde nos anos setenta Menguele teria feito experiência com grávidas, e seria hoje “culpado” pela incidência dos partos de gêmeos, até nas mulheres que não viveram sua época. Melhor para acidade, que cresce mais rápido, creio, como não creio que as experiências de Menguele tenham sido tão eficientes como são as teorias sobre ele, que contaminam a opinião dos sobreviventes de todas as guerras; nazi-fascistas, comunistas ou socialistas... E haja publicação de livros! Nota do Editor: Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi, Bahia.
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