Até o dia 20 de março próximo, a Fifa escolherá as 12 cidades brasileiras que serão sedes da Copa do Mundo de 2014, conforme anunciou seu presidente, Joseph Blatter, na visita a nosso país. Ele também confirmou que um dos municípios contemplados será da Amazônia. Nesta região, posso afirmar, com toda a segurança, que Rio Branco é a melhor opção entre as candidatas locais. Como não sou adepto do achômetro e tampouco me arrisco a fazer previsões como aqueles que dizem estar a capital do Acre fora de cogitação, atenho-me apenas a fatos concretos e objetivos. A seu favor, Rio Branco tem melhores condições geográficas, e socioeconômicas, sobressaindo-se na comparação com as demais. A constatação - muito mais do que uma defesa apaixonada e sem bases consistentes - está nas propostas de melhorias a serem implementadas em Rio Branco, por meio de parcerias entre o setor privado e os governos estadual e municipal. Apresentadas em setembro de 2008 aos representantes da Fifa, as medidas causaram excelente impressão, sendo aplaudidas de pé. Na verdade, a cidade está-se preparando para ter condições de competir com grande vantagem há muito tempo, desde o início de 2007. Contamos, desde já, com elevado grau de melhorias em infra-estrutura, que deverão ser ainda mais incrementadas. Além da construção de uma vila olímpica para receber as delegações estrangeiras, de acordo com as exigências da Fifa, a rede hoteleira prevê a ampliação de sua capacidade. Os projetos incluem, ainda, o aperfeiçoamento das redes viárias, de ciclovias e meios de transporte, além de reforços adicionais nos mecanismos de segurança, setor que já apresenta índices muito positivos. O grande palco do campeonato, o Estádio Arena da Floresta é, talvez, o melhor exemplo das qualificações que tem o Acre para sediar os jogos do mundial. Ao lado do Maracanã e do Morumbi, respectivamente, os estádios carioca e paulistano que receberão os jogos, o Arena ocupa um posto de destaque entre os cinco mais modernos do Brasil. Para se ter uma ideia, 100% dos lugares disponíveis para o público pagante são confortáveis cadeiras - uma iniciativa pioneira no País no sentido de abolir o concreto duro e desconfortável das arquibancadas, e também para atender aos critérios da federação mundial. O estádio conta com catracas eletrônicas em todos os setores, elevadores e toda a estrutura necessária para o trabalho da imprensa e a recepção dos convidados de honra. Finalizadas as melhorias em curso, que contemplam os detalhes finais para enquadrá-lo totalmente aos padrões da Fifa, o Arena da Floresta terá capacidade para 40 mil torcedores. Ele integra a Cidade do Esporte, que prevê um ginásio para 10 mil pessoas, destinado à prática desportiva e realização de shows, feiras e convenções. Cabe dizer ainda que, na época em que o Arena da Floresta passava pelas reformas de melhoria, o jornal Lance publicou ranking dos melhores estádios nacionais. O "Vivaldão", em Manaus, ficou aquém dos critérios de avaliação do jornal, enquanto o paraense "Mangueirão" chegou ao 8º posto, com observações sobre a necessidade de "vários ajustes". Outro aspecto fundamental é a localização. Rio Branco está, praticamente, no coração da América Latina. Em um raio de mil quilômetros, que compreende países como Bolívia, Peru, Colômbia, Equador e parte do Chile, existem 30 milhões de habitantes. Este público terá a oportunidade de promover um intenso intercâmbio cultural, além de aquecer a economia local, colaborando para o crescimento do PIB e atraindo novos investimentos. Também são imensos os diferenciais de Rio Branco no âmbito da sustentabilidade - e o Acre, vale lembrar, é o berço da luta pela causa ambientalista. Esse aspecto está contemplado na apresentação feita ao comitê da Fifa. O desenvolvimento do projeto "Gol Verde" contemplou também a intenção para mostrar que o esporte está alinhado às questões ambientais. O projeto mostra a integração da modernidade de Rio Branco com a Floresta Amazônica, transformando-se em um modelo de desenvolvimento sustentável. O município, que tem cerca de 350 mil habitantes, possui uma sociedade singular, engajada na preservação de valores e costumes da florestania - os princípios de respeito ao meio ambiente. Certamente, se a Fifa decidir-se por nossa Capital, esta característica tem tudo para amplificar o apelo internacional por medidas sólidas de preservação do planeta, agregando valor ao campeonato. Em síntese, Rio Branco e todo o Estado do Acre têm propostas consistentes e melhores condições de sediar os jogos da Copa de 2014. E se depender do entusiasmo e de nossa torcida, este gol já está marcado. Nota do Editor: João Francisco Salomão (salomão@eleacre.com.br) é o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC).
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