Está chegando ao fim a maratona eleitoral, e com isso voltarei a escrever crônicas, o que mais gosto de fazer. Política é a arte do imponderável, é conciliar o inconciliável, é juntar opostos que são como os pólos de mesmo nome de dois ímãs.

Em condições normais acontece repulsão, na política as forças naturais são neutralizadas. É por isso que a atividade é tão apaixonante. Quem diria que um dia o Dr Paulo Maluf estaria ao lado do PT?

Qualquer afirmativa nesse sentido, há dez anos, colocaria o autor na condição de maluco. Seria despachado para algum sanatório, para fazer companhia aos napoleões e maradonas, que sempre há. Apesar do inusitado a aliança aconteceu, está aí, se bem que não deu certo. Maluf acabou, só a Hebe Camargo ainda vota nele.

Para quem não sabe Hebe Camargo é uma velhinha que tem um programa de televisão. Há quase quarenta anos o mesmo programa, sempre igual. E faz sucesso! O público gosta dela!

Maluf saiu-se bem com esta última cartada, ficará livre dos processos que o atormentam. Como tudo indica, Lula será reeleito e Maluf estará tranqüilo nos próximos anos de governo de seu novo amigo, outrora um reles "sapo barbudo", hoje príncipe, "darling" da mídia internacional.

Depois já terá chegado a hora de entregar a alma ao criador. Em certas situações dá para pensar na veracidade do ditado que afirma que o crime não compensa. Há casos que claramente desmentem o aforismo.

O crime compensa, e como compensa! É preciso apenas fazer direito e ter os amigos certos.