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16/02/2009 - 06h00
O inferno dos vivos
Corsino Aliste Mezquita
 

Nos momentos de lazer reflexivo costumo ler ou reler clássicos literários que ocupam a estante da biblioteca. Dias passados optei pelo As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino. (Biblioteca Folha - Tradução: Diogo Mainardi). É um diálogo entre Kublai Kahn e Marco Pólo sobre o basto império do primeiro.

No final da jornada de repasse a seu imenso e rico império, Kublai Kahn disse pessimista:

“É tudo inútil, se o último porto só pode ser a cidade infernal, que está lá no fundo e que a nos suga num vórtice cada vez mais estreito” (pg. 158).

Ao ler a frase parei para refletir sobre a cabeça de lagosta que devem ter aqueles prefeitos que, em vez de governar, e procurar construir paraísos, utilizam as ondas dos rádios e outros meios de comunicação de massa, para insultar cidadãos que procuram fugir e minorar os tormentos dos infernos, por eles (prefeitos) e seus áulicos criados. Foi apenas uma reflexão.

Em resposta ao pessimismo de Kublai Kahn, Marco Pólo convida-o a aprofundar a reflexão sobre o inferno e disse:

“O inferno dos vivos não é algo que será; se existe é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte dele até o ponto de deixar de percebe-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preserva-lo, e abrir espaço” (pg. 158).

O parágrafo acima não é um retrato da Ubatuba atual? Deixo para os eventuais leitores a resposta.

Congratulo-me com aqueles que, em Ubatuba, não se acomodam, ao inferno que vivemos, e querem liberta-la do inferno do lixo transbordado e de outros lixos, dos buracos de ruas e praças, das obras inacabadas e abandonadas, dos aluguéis em série, das terceirizações onerosas e sem controle, da saúde precária e sempre em frangalhos, da educação esculhambada etc. etc. etc. Estes, apesar dos insultos, as agressões, os processos, a difamação, a calúnia... continuam sendo cidadãos, defendendo a democracia, a ética, a transparência e lutando para que o paraíso natural de Ubatuba deixe de ser inferno mal administrado e passe a ser paraíso social.

VIVA UBATUBA! Sem dengue e sem políticos insultantes.

Corsino Aliste Mezquita
corsinoaliste@hotmail.com


Nota do Editor: Corsino Aliste Mezquita, ex-secretário de Educação de Ubatuba.

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