Espera-se, corre-se atrás, luta-se por ela. Em nome da felicidade faz-se miséria. Paradoxal? Sim, mas real se a tal felicidade for posta em algo que ambicionamos além de nosso alcance. Assunto mais que discutido. Tema que não se exaure. Ser feliz é o que o ser humano almeja e na maioria das vezes sem saber exatamente o que é a felicidade. Não sei definir. Mas, sei sentir. Sei quando ela me surpreende ou me contagia. Sinto-a como uma lufada de alegria, que alguns dizem não ser sinônimo de felicidade. Há quem diga que felicidade não é esse momento que nos faz rir espontaneamente. Sinceramente eu discordo. Quando rio por fora e por dentro; quando acordo de bem com o mundo sou feliz. Falam ainda que felicidade não é euforia e nesse aspecto estou com os que assim se posicionam. Euforia é uma alegria sem cabrestos, sem razão verdadeira, quase loucura, que passa rápido e que todos já sentimos um dia, creio. Se felicidade for o contrário de tristeza eu a quero, porém não brigarei por ela. Não enfrentarei batalhões para obtê-la. Não valerá a pena os ferimentos causados. Ninguém escapa da visita da melancolia ocasionalmente. Quando ela chega sento com ela para chorar até me refazer. Depois a despacho com satisfação. Se quero ser feliz? Sem dúvida. Se cheguei a um conceito de felicidade? Não. Não cheguei, mas deve ser algo parecido com o que estou sentindo. Amém! Talvez seja mais fácil definir Felicidade, uma criaturinha desprovida de atrativos e de bens, sofrida, sem romances estimulantes e com perdas acumuladas durante a vida. Uma simples criada, dona de uma alma cheia de amor. A Felicidade à qual me refiro, agora, é a personagem de Flaubert, em “Um Coração Puro”, conto dos mais belos que li. Mas, essa é outra conversa. Nota do Editor: Evelyne Furtado é cronista e poetisa em Natal (RN).
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