"Headhunter" ou "caça-talentos" é uma pessoa ou um grupo de pessoas ou empresas especializadas na procura de profissionais talentosos ou gestores de topo. A remuneração de um headhunter é geralmente uma percentagem do salário anual inicial do indivíduo recrutado. A sua participação nos processos de recrutamento pode ser importante tanto para o candidato, quanto para a empresa recrutadora. Ele faz o encontro do profissional e da oportunidade no mercado. Há muitos anos, as empresas de ponta utilizam esses olheiros para trazer aos seus quadros os melhores talentos que o mercado pode oferecer. Isso é modernidade. Porém, aquilo que é positivo e moderno, ultimamente, tem servido de meio de vida para espertalhões que agem como verdadeiros estelionatários. Ao arrepio de todos os princípios que norteiam a atividade, tais indivíduos abordam pais, estudantes, jovens e pessoas carentes de oportunidades de trabalho e as induzem a adquirir a participação em seus mirabolantes esquemas na esperança de, através deles, conseguir uma boa colocação. O mais comum tem sido a abordagem de jovens que sonham com as carreiras de modelo, artista de televisão ou executivos em empresas de perfil moderno e, para que possam participar do sonho, são praticamente obrigados a adquirir um "book" fotográfico que custa ao redor de R$ 950,00, além de investir o que não têm em roupas modernas, cabeleireiros etc. Na ilusão de estarem diante da grande oportunidade, jovens inexperientes e sem qualquer talento ou preparo para as glamourosas vagas que, ardilosamente, lhes são sugeridas, sacrificam-se e impõe o sacrifício a suas famílias para adquirirem o maldito "book", que de nada lhes servirá. Gastam o que não têm para apenas engordar os espertalhões que vendem sonhos e entregam vergonha, frustração, prejuízos, depressão e muita desilusão. Os jovens e todos aqueles que procuram uma vaga no mercado de trabalho têm de ficar atentos para uma regra básica. O caçador de talentos honesto trabalha para uma ou mais empresas e sua remuneração vem daqueles que contrataram seus serviços, não de quem é por ele escolhido ou selecionado. O lucro de uma boa escolha é da empresa contratante e não do contratado. Este, se bem escolhido, vai favorecer quem o contratou com bons serviços e, supostamente, uma carreira de sucesso. Assim, toda vez que alguém chega dizendo que você foi selecionado e poderá obter um emprego ou oportunidade na carreira artística, rejeite qualquer tipo de despesa ou apelo. Isso é arapuca para vender fotografias, currículos e outras quinquilharias que você não quer e nem precisa comprar. A atuação desses fajutos caçadores de talentos bem que deveria receber a análise do Ministério Público e, em havendo crime, que seus executores sejam processados. Se você for abordado por um deles, denuncie à polícia ou aos órgãos de defesa do consumidor, e estará prestando um grande serviço social. Não deixe que os espertalhões continuem abusando da boa fé e da falta de informação daqueles que, desesperadamente, procuram sua vaga no competitivo e exigente mercado de trabalho. O merecido lugar dessa corja é a cadeia... Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).
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