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Opinião
01/03/2009 - 14h00
A chuva e a irresponsabilidade
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Os acidentes, inundações, quedas de veículos em enormes buracos e até de pontes que não resistem às águas - como o ocorrido com um ônibus em Marília (SP) - tornam-se freqüentes. Mas não podem ser classificados como corriqueiros. São acontecimentos que não podem, em hipótese alguma, se repetir indefinidamente. Não dá para colocar a culpa só na intempérie. Temos uma sociedade organizada, pagamos uma das maiores cargas tributárias do planeta e todo esse dinheiro tem de servir, pelo menos, para nos proteger um pouco.

Chuva existe em todo o mundo. Cada região com sua peculiaridade, que é previsível e largamente estudada e monitorada. Os meteorologistas conseguem avisar, com grande parcela de acerto, quando vai chover forte, em que região e com que intensidade isso ocorrerá. Mas essa técnica, que soa como alarme, não chega a ser suficiente para evitar as catástrofes porque outros setores, e até as próprias pessoas, não cumprem com suas obrigações. Aí a chuva chega, encontra bueiros e galerias entupidos, pontes, comportas (como a do lago da Aclimação, em São Paulo, que se rompeu) e outros equipamentos públicos sem manutenção. Os rios estão cheios de entulhos, árvores, lixo e tudo mais que o povo joga no seu leito. A única alternativa a ocorrer é a inundação, o desastre e prejuízos para todos os envolvidos.

A sociedade e as autoridades brasileiras não podem continuar, passivas, apenas lamentando os prejuízos causados pela chuva. O fortuito ocorre apenas na primeira vez em que se dá a inundação num determinado ponto; na segunda já é falta de providências e desleixo de todos os envolvidos.

As autoridades não podem, jamais, alegar ignorância aos problemas existentes em sua área de atuação. O presidente, os governadores, os prefeitos e aqueles que os assessoram na infra-estrutura têm o dever de manter mapeados e sob controle todos os problemas de sua jurisdição. As concessionárias e órgãos públicos responsáveis pelas estradas têm de inspecionar frequentemente as pistas e pontes (no passado, as ferrovias já faziam isso!), principalmente agora que todos cobram pedágio dos veículos que nelas trafegam. A sociedade não pode abrir mão do direito que seus impostos lhes dão de receber a contraprestação de serviços e, principalmente, de manter a segurança em todos os seus aspectos.

Lamentavelmente, o que temos visto é um festival de irresponsabilidades que levam nossas cidades e vias a sucumbirem diante de fenômenos perfeitamente previsíveis. Precisamos montar uma cruzada nacional pela responsabilidade e evitar que o desmazelo daqueles que têm a obrigação de administrar a coisa pública continue causando tantos prejuízos e sofrimento à população. Temos de obter a garantia de que os impostos pagos servem, pelo menos, para garantir o direito de ir e vir sem cair dentro de buracos, rios e outros locais perigosos ou sermos tragados pelas águas.

Estamos tentando lançar a primeira pedra. Quem mais se habilita a entrar nessa luta pela construção da segurança e da cidadania?


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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