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Crônicas
02/03/2009 - 17h15
Sérgio Naya: morreu duro como todos
Seu Pedro
 

Um homem de dinheiro sai duro de um hotel luxo, como todos que morrem, troca o colchão macio de uma suíte por uma lápide fria e comum de um necrotério, a mesma que em igual circunstância repousaria um pobre qualquer. É tudo muito enigmático, ainda mais sendo ele também conhecido por “demolidor”, apelido que gentilmente a mídia lhe conferiu após a queda do edifício "Palace II", no Rio de Janeiro.

O prédio fez 11 anos de caído no dia do sepultamento do ex-engenheiro, ex-deputado e ex-vivo, Doutor Sérgio Naya, em Laranjal, Minas Gerais, que nesse dia 22 de fevereiro foi lembrado em triste aniversário.

Como poderei dizer a Sérgio Augusto Naya “descanse em paz”, como certamente alguns de seus conterrâneos e parentes dirão? A mim ele não fez nada demais, a não ser me dar um cano em alguns trocados, no contrato de uma publicidade feita no jornal “Voz da Mata”, então de minha propriedade, com sede em Bicas, MG, por ocasião de uma política de Sérgio em sua região. Mas é coisa do passado. E os cruzeiros novos já envelheceram.

Mas o meu não ao “descanse em paz” a Sérgio Naya não é por alguma frívola dívida pecuniária, nem pelo “Palace II” haver caído. Tantas edificações se racham e caem. Minha indignação com o ex-empresário é por não ter cumprido voluntariamente um dever que, por ética, deveria ter assumido: socorrer e indenizar as vítimas da tragédia provocada por sua empresa, a Sersan, sem a necessidade de insistentes intervenções da Justiça, que, estranhamente, dele só conseguiu, até hoje, 15% do valor indenizatório. Isto após anos de demanda.

Hoje sinto desprazer por ter conhecido tal defunto e ter-lhe apertado a mão, durante uma apresentação política de apoio de uma igreja evangélica, ao então candidato a deputado federal Sérgio Naya, no município de Guarará, MG, onde muitos, crentes em sua honestidade, e claro pensando em benefícios, oravam pela eleição de “Doutor Sérgio”. Dias após houve uma festa em Laranjal, na casa de Naya. Indo lá, pude conhecer o que é rico “virar” pobre pela necessidade de não perder votos.

Alguns episódios de Naya ficam para a história. Sobre a Justiça disse: “a justiça está no canhoto do meu talão de cheques”. Sobre ser mais rico do que muitos disse, em uma festa natalina em Miami, EUA, ao lhe ser servido champanhe em taça plástica: "Isto é coisa de pobre"... De rico ou de pobre era a pedra fria do necrotério. Certamente ele desejaria que fosse de mármore de Carrara, e seu corpo lavado com água mineral.


Nota do Editor: Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi, Bahia.

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