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Opinião
05/03/2009 - 15h33
Obamania
Bruna Renata Cantele
 

O democrata Barack Hussein Obama foi eleito o 44º presidente dos Estados Unidos devido à ampla aceitação de seu discurso de mudança, pelos desamparados, desempregados, injustiçados, jovens e até mesmo boa parte da população conservadora. Em sua posse, enfatizou o caráter fundamental da reconstrução econômica e social, a luta para criar milhões de empregos e o investimento em tecnologias de energia limpa. Reconheceu o sofrimento dos países muçulmanos e propôs uma era de paz. Sua imagem ultrapassou os meandros ideológicos. Atingiu o status de mito. É a Obamamania.

No Brasil, a tendência atingiu os jovens e adolescentes, que demonstraram satisfação em ver um presidente negro nos Estados Unidos. Para os afrodescendentes brasileiros, ainda minoria política, o fato é ainda mais auspicioso. A primeira governadora negra no Brasil, Benedita da Silva, atual secretária de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro, participou, junto com representantes de 180 países, de café da manhã com Obama, em Washington. Foi um ato emblemático, assim como a manifestação de apoio ao líder, na "São Paulo Fashion Week (SPFW)", da top Raquel Zimmerman.

Toda essa idolatria evidencia haver uma carência de líderes capazes de se manifestar no momento certo, que saibam emitir diferentes opiniões, respeitem as contrárias e que sejam fiéis à sua identidade ideológica. O cenário, desse modo, é favorável a Obama. Contudo, é preciso ter cuidado, pois a "Obamamania" pode transformá-lo em mercadoria de consumo. Também é preciso saber se corresponderá à expectativa, pois terá pela frente imensos desafios. Exemplos: há analistas que sustentam ser a saída do Iraque mais difícil do que a retirada do Vietnã; o fechamento da base de Guantánamo, em Cuba, pode não ser suficiente para restaurar a imagem dos Estados Unidos em boa parte das regiões hostis; e a gravíssima crise econômica nascida nas hipotecas imobiliárias norte-americanas.

De toda essa conjuntura pode surgir uma era de prosperidade e bem-estar social, mas é preciso que Obama e os líderes de todo o mundo tenham a sabedoria de auscultar o conhecimento crítico pretérito e presente. Sem isso, corremos o risco de repetir erros, como os campos de concentração e o lançamento de bombas atômicas. Cada um de nós é filho e artífice da história; somos resultado do passado, mas a todo instante criamos o futuro. Que o construamos com base na democracia, na paz, na igualdade social e no respeito à diversidade.


Nota do Editor: Bruna Renata Cantele é mestra em Educação e Coordenadora da Área de História e Filosofia - Colégio Rio Branco - Unidade Higienópolis.

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