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Opinião
12/03/2009 - 05h25
O roubo de armas e a segurança
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O roubo de 111 armas (fuzis e pistolas automáticas) do centro de treinamento da fábrica de armas, em Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, e de fuzis e outros equipamentos pesados no 6º Batalhão de Infantaria Leve, em Caçapava (SP), num espaço de apenas 72 horas, é preocupante. Isso poderia ser comum na época da luta armada, quando grupos opositores ao regime, constituído por militares desertores, invadiam os quartéis e, com o conhecimento de que dispunham, levavam o armamento com o objetivo de combater as forças regulares. Mas tudo isso é coisa do passado.

Tudo o que foi roubado nos dois arsenais, é armamento pesado, de guerra, que não se prestaria, por exemplo, para o uso de uma quadrilha interessada em seqüestros relâmpago, roubo a banco, ou assalto a transeunte ou condomínio. São armas de tamanho avantajado, que só podem ser portadas ou usadas de forma ostensiva, e que têm poder de destruição muito maior do que o necessário para as ações de criminosos comuns. Trata-se de material de guerra...

Se não é um material que se presta a apoiar uma quadrilha, o que então estão pretendendo aqueles que o roubaram? Essa é a grande pergunta que sobra a partir da constatação do momento político e democrático vivido pelo país atualmente e da suposta necessidade do crime organizado que - ninguém pode negar - existe e funciona em diferentes configurações, sendo as principais delas o tráfico de drogas e as facções que atuam dentro dos presídios.

As autoridades têm o dever de, por seus meios de inteligência, procurar saber a quem pode interessar a posse do armamento de guerra. O que esse pessoal poderia levar de vantagem por portar fuzis e pistolas de uso exclusivo das forças armadas, e onde aplicariam armas de tamanho alcance e alto poder de destruição. E, descoberto o real interesse, agir imediatamente para desarticular qualquer aventura que possa levar a nossa pacífica sociedade à radicalização. A experiência do passado já demonstrou que esse tipo de coisa não dá bons resultados. Se, porventura, alguma facção dos ditos movimentos sociais estiver por traz de tudo isso, há que se encontrar um meio eficiente de desencorajá-la, antes que seja tarde.

Como todo o mundo globalizado, o Brasil deu um grande salto nas últimas décadas. O que o noticiário das duas ocorrências informa é uma absoluta falta de guarda às armas que acabaram roubadas. No centro de treinamento, a trava do cofre está quebrada e o espaço é pequeno para abrigar todas as armas. No quartel do Exército, há a facilidade de entrar pelos fundos, principalmente na hora da troca da guarda, como acabou acontecendo. Assim como fizeram os bancos e outros guardadores de valores, as unidades militares, paramilitares e congêneres precisam reforçar o esquema de guarda de seus equipamentos para evitar que "encham os olhos" dos criminosos e passem a servir a práticas anti-sociais.

As armas fabricadas para proteger o povo e as instituições jamais poderão servir ao crime e à transgressão. Isso é responsabilidade de governo...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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