02/09/2025  00h33
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
14/03/2009 - 05h25
Em busca de uma inclusão social plena
Dorina de Gouvêa Nowill
 

Nos dias atuais ouve-se muito falar sobre inclusão social, porém vivemos em um país com um nível de exclusão bastante elevado, seja para uma pessoa com deficiência visual ou um vidente (pessoa que enxerga). Agora existem, sim, hoje, mecanismos de inclusão muito mais eficazes do que no passado, frutos da conscientização da sociedade e de projetos sociais motivados à prática de uma filosofia ética, verdadeiramente favorável aos objetivos da educação e da reabilitação do deficiente visual. Quando falo em inclusão, refiro-me a família, a comunidade, a escola, e o trabalho.

O nosso trabalho na Fundação Dorina Nowill para Cegos prioriza a inclusão social através da reabilitação dos deficientes, com programas de Atendimento Especializado proporcionando às pessoas cegas e com visão subnormal condições de desenvolvimento pleno, de acordo como seu potencial individual e condições sociais econômicos e educacionais. E também fazendo livros braille, falado e digital acessível, dos mais diversos segmentos, permitindo aos deficientes visuais acesso ao mundo do conhecimento e da informação.

A situação das perdas e da deficiência visual afeta o indivíduo, sua família e a sociedade como um todo. Na relação com a família e a comunidade a inclusão social da pessoa cega ou com visão subnormal começa no respeito por aquilo que é a necessidade e o desejo dela.

A pessoa com deficiência visual tem o mesmo direito e acesso à educação como qualquer pessoa, desde freqüentar creches, centro educacionais infantis, ensino fundamental, médio e universitário. É importante conhecer as especificidades e as condições da deficiência visual e oferecer recursos e apoio pedagógico que os ajudem em seu processo de alfabetização e formação.

Na inclusão escolar é importante destacar o aprendizado do Sistema Braille de escrita e leitura, os recursos ópticos como óculos e lupas com lentes especiais, os não-ópticos ao reduzir a distância entre o observador e o objeto, e recursos tecnológicos como livros falados e o livros digitais acessíveis para auxiliá-los em seu processo de ensino-aprendizagem.

No ambiente escolar é fundamental incentiva-los a participar de todas as atividades comuns a outros alunos, brincadeiras, atividades físicas, passeios, excursões etc. Isso não significa fazer por eles, e sim conhecer a forma de como fazer para incentivá-los em seu cotidiano. Promovendo assim o máximo possível sua independência e o relacionamento com todos.

Um dos passos mais importantes na inclusão social do deficiente visual está no mercado de trabalho. Nesse segmento uma inclusão mais efetiva tem acontecido cada vez mais, desde a Constituição de 1988, que garante um percentual de vagas em todos os concursos públicos destinados ao ingresso de pessoas com deficiência no serviço público, e a Lei nº 8.213, de 1991, que estabeleceu a criação de cotas para estas pessoas em empresas privadas com mais de cem funcionários.

A “Lei de Cotas” reserva muitos postos de trabalho para pessoas com deficiência e por isto, é preciso capacitar profissionais respeitando as diferenças e otimizando as potencialidades bem como desenvolver programas que respeitem as limitações, com foco nas eficiências. O resultado serão profissionais e empresas satisfeitas e contratações que acabam superando as exigências impostas pela legislação.

Não podemos negar que a situação da deficiência visual gera desvantagens sociais, porém os recursos e as possibilidades frente a isso vêm crescendo a cada dia e não estão restritos a apenas uma área. Embora muito ainda se tenha a fazer, como pudemos perceber uma mudança positiva atinge as áreas de Educação, de Direito, do Trabalho, entre outras.

Por tudo isto defendemos a ação social da mais alta importância, para o resgate da dignidade humana de todos os deficientes, que continuam mergulhados na falta de informação e relegados à margem do desenvolvimento social. O cidadão com deficiência é sujeito de direitos e responsabilidades sociais, tanto quanto os demais cidadãos. A ele devem ser concedidas as mesmas oportunidades de participação social, segundo suas capacidades de desempenho e sem discriminações. E a cada um de nós compete a responsabilidade social de mudarmos este quadro em nosso país, buscando soluções para situações diversas.


Nota do Editor: Dorina de Gouvêa Nowill é presidente emérita e vitalícia da Fundação Dorina Nowill para Cegos.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.