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Opinião
14/03/2009 - 14h05
Os federais, Cumbica e os bichos
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

O desbaratamento do eficiente esquema de propina e outros crimes, que funcionava no aeroporto internacional de Cumbica (SP) e facilitava o tráfico de malas com cocaína para a África e a Europa, é mais um importante trabalho realizado pela Polícia Federal que, nos últimos dias, também anunciou a conclusão da "Operação Oxossi", contra os traficantes de animais silvestres. Na primeira foram presos funcionários de estatais e policiais que eram criminosamente pagos para deixar de cumprir suas obrigações de vigilância ao terminal e, na outra, 72 pessoas que atuavam no Brasil e no exterior, comercializando ilegalmente 500 mil bichos e faturando R$ 20 milhões por ano.

Esses trabalhos constituem o coroamento de um longo período de investigações e a certeza do resultado do serviço de inteligência policial. Sem a necessidade de disparar um só tiro ou de realizar operações espetaculares - que caem bem no cinema mas nem sempre são aconselháveis no policiamento de verdade - foram identificados os autores das ilegalidades e cada qual, na medida do seu envolvimento, levado às barras da justiça para a devida reprimenda legal.

A Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário constituem a salvaguarda dos interesses da população. Sua eficaz e independente atuação tem restituído à sociedade muitos valores que durante décadas foram banalizados e transformados em coisa à toa. Na medida em que essas instituições, agindo dentro dos ditames da lei, passam a identificar, processar e até prender contrabandistas, fraudadores, sonegadores, traficantes e outros criminosos de maior ou menor calibre, a sociedade passa a ser ressarcida de seus valores básicos e a máquina governamental volta a receber os recursos de que tanto necessita para prestar os serviços que deve à comunidade.

Apesar das reclamações e de denunciados excessos em certos casos - especialmente no uso de algumas e no caso do delegado Protógenes - a ação dos federais não pode, em hipótese alguma, sofrer qualquer tipo de reprimenda ou os, por vezes inevitáveis excessos servirem para desqualificar aquilo que se tem investigado. Os próprios e rígidos regulamentos de trabalho da instituição e a legislação nacional são capazes de identificar e punir os excessos. Nunca se deve tirar o foco do objeto principal das investigações, pois elas fazem bem ao Brasil, na medida em que param com as transgressões ou, pelo menos, revelam que os crimes imaginados (que determinaram a investigação) não existiram.

Nos últimos tempos o governo federal tem feito investimentos tanto em equipamentos quando em pessoal para a sua polícia. Mas ainda é pouco. Há que se encontrar um meio de policiar melhor as fronteiras para evitar que o Brasil - que não produz cocaína nem maconha - continue como grande rota do tráfico internacional. Aliás, também as policiais estaduais carecem de investimentos pois seus recursos atuais estão muito aquém das necessidades do mundo globalizado em que vivemos.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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