Nos Estados Unidos, onde muitos programas de MBAs são cursados em tempo integral, a procura por cursos de especialização, pós-graduação e MBAs aumentam em épocas de recessão. Entende-se que o custo oportunidade de abandonar o mercado de trabalho é menor. Para o brasileiro que compartilha dessa mesma opinião e que possui recursos, pode ser o momento certo de estudar no exterior. Existem escolas excelentes na Europa, como Oxford (Inglaterra), INSEAD (França) e Bocconi (Itália), onde o programa dura um pouco mais de um ano contra dois anos completos nos Estados Unidos. Aqui no Brasil, entretanto, há uma retração de demanda de MBA causado pela diminuição de apoio dos empregadores e pelo medo do desemprego durante o período inicial de crise. Como administrar a carreira para lidar com a recessão? Neste momento, vale à pena fazer um bom MBA. Trata-se de um curso destinado aos profissionais com o mínimo de três anos de experiência no mercado de trabalho, conhecimento técnico da área em que trabalham e que já são, ou em breve serão, líderes sobre a gestão de colaboradores, que respondem diretamente para eles. Ter formação superior é a única exigência para fazer um MBA. Os cursos são dos mais variados títulos, como: engenheiros, advogados ou até farmacêuticos e veterinários que lideram pessoas e administram seus negócios. Um MBA pode ter alguma ênfase em áreas de negócios como finanças, marketing ou recursos humanos, mas deve ser essencialmente generalista abordando todos os aspectos estratégicos de uma empresa. Além de proporcionar um título que é extremamente valorizado no mercado de trabalho, o curso fornece conhecimento prático que o executivo efetivamente utiliza em seu cotidiano profissional. Além disso, proporciona uma expansão de seu networking de contatos, fundamental na hora em que busca uma nova oportunidade profissional. Aos executivos de 25 a 50 anos, tenho duas boas notícias: nesta faixa etária o executivo já deve ter sólidos conhecimentos na sua área, mas ainda é bastante flexível para aprender. Portanto, quem produz é valorizado mesmo, ou especialmente, na crise. Dificilmente será dispensado. Mesmo quando isso ocorre, as novas oportunidades surgem em um curto período de tempo. A segunda boa notícia é que o empregador considera o profissional que cursa um MBA quase na mesma categoria de quem já o concluiu. Portando as oportunidades e, conseqüentemente, o reconhecimento são destaques. Não existem acertos rápidos em termos de estudos e, portanto, não há curso curto em qualquer área que possibilite o aumento da empregabilidade. Eles são complementos para conhecimentos específicos, e como tal, possuem papel importante na formação do profissional. Para os recém-formados, a estratégia é um pouco diferente. Recessão ou não, eles devem estar preocupados em adquirir conhecimento em sua área. Um recém-formado que atua em banco deve fazer uma pós-graduação em finanças. Assim, conseguirá obter conhecimento específico para o cargo que ocupa. O recém-formado é particularmente vulnerável ao desemprego e deve fazer uma pós o mais rápido possível. Futuramente, quando tiver formação e experiência necessária, deve cursar o MBA. Já os interesses e preocupações dos executivos acima de 50 anos são outros. Seu networking e o conhecimento na área são sólidos. O título de MBA, ou qualquer outro, fará menos diferença. Quem busca um MBA nesta fase da vida, quer informações práticas porque são empreendedores ou intra-empreendedores. Estão em outro momento de suas vidas e o curso tem como objetivo trazer uma visão de gestão de negócios para complementar as experiências e conquistas adquiridas em sua trajetória profissional. Por fim, uma dica para todas as faixas de idade, sobretudo para os mais experientes: sejam flexíveis e fiquem com os olhos abertos às oportunidades que a crise pode gerar. No mercado financeiro, o profissional de banco de investimento que emite títulos, está ocioso. Mas o mesmo conhecimento - de crédito - é essencial para a atividade de renegociação de dívidas, uma área que está sendo muito procurada. Quem consegue manter o seu networking, mostrar flexibilidade e continuar seus estudos, vai para frente em qualquer conjuntura. Nota do Editor: John Schulz é presidente da BBS - Brazilian Business School e PhD por Princeton.
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