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Opinião
31/03/2009 - 11h06
Alunos em fúria
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

É impressionante a crescente onda das agressões e violência de alunos a professores, em escolas de todos os níveis, no país todo. Os mestres, outrora respeitados, hoje sentem-se acuados, mercê dos atos praticados dentro da sala de aula ou fora dela, porque a clientela está cada dia mais violenta. Além dos alunos, pais de alunos despontam também como agressores. E o pior é que as direções de muitas escolas, com medo de represálias, coagem os agredidos a não prestarem queixa. Esse acovardamento só piora a situação.

Dias atrás, a crônica registrou o caso da aluna gaúcha, de 15 anos, que provocou traumatismo craniano na professora, declarou não estar arrependida e ainda conta com o apoio de seus colegas. Como esse, existem centenas de casos, mas muitos acabam criminosamente abafados, por inércia do governo e dos próprios envolvidos.

Especialistas dizem que está faltando ética e etiqueta nas relações aluno-professor. As crianças aprendem cada dia menos o necessário no seu ambiente familiar, chegando à escola sem parâmetros nem limites. Fica para a escola a tarefa de transmitir também os conhecimentos que a família deveria ter ensinado, mas as instituições não estão preparadas estruturalmente para isso. Para fazê-lo, precisariam, além de professores, criar as figuras da "personal mater" e do "personal pater". Um verdadeiro absurdo!
Por mais exagerada que pareça, essa observação tem de ser estudada com seriedade e à exaustão. A educação não pode continuar com as escolas transformadas em praças de guerra. Algo tem de ser feito pelo governo e pela sociedade, para recuperar a normalidade do setor.

A violência escolar, da forma que se apresenta, envolve pelo menos cinco ou seis áreas: Educação, Promoção Social, Polícia, Judiciário e os centros de inteligência que estudam a área educacional. Antes que a escalada nos leve à inviabilidade do sistema educacional, é necessário o encontro de saídas conjuntas, já que o problema é multidisciplinar. De nada adiantará o governo, enquanto "patrão", resolver apenas o problema salarial dos educadores e as instalações físicas da escola sem ter como controlar a clientela. Também pouco representará a ação policial ou judicial sem a busca da base do problema. A ação tem de ser muito bem estruturada e coordenada. Do contrário, não surtirá efeitos.

Ao mesmo tempo em que os governos resolvam a vergonhosa crise salarial dos professores e cuidem melhor das instalações, será necessário as polícias e o judiciário atuarem com firmeza sobre os problemas já instalados e os órgãos sociais desenvolverem políticas públicas eficientes para exigir a paternidade e guarda responsável dos menores. A família tem de ser apoiada, mas também obrigada a fazer a sua parte.

Sem essa sinergia, a tendência é marcharmos para o colapso. E os milhares de jovens, que o mercado de trabalho aguarda para absorver nos próximos anos, não conseguirão a formação necessária. É uma tarefa de elevadíssimo interesse social, que não pode, em hipótese nenhuma, ser mais postergada...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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