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Opinião
02/04/2009 - 11h13
O que há na raiz da ladroeira
Carlos Brickmann - Observatório da Imprensa
 

A ação da Polícia Federal contra executivos e funcionários do Grupo Camargo Corrêa foi o espetáculo de sempre nos meios de comunicação: as prisões com aviso prévio a uma rede de TV, a divulgação de trechos selecionados de uma investigação "à qual este jornal teve acesso", a decretação da prisão por um juiz de primeira instância, a revogação da prisão por instância superior.

Mas faltou um aspecto importante, que nenhum veículo abordou: a relação entre a necessidade dos políticos de conseguir contribuições de campanha, "por dentro ou por fora", e a estrutura eleitoral brasileira.

Uma campanha para deputado estadual, em São Paulo, por um candidato que não tenha base em nenhum nicho específico nem seja ainda conhecido, vai obrigá-lo a projetar seu nome em mais de 600 municípios, a mobilizar um mínimo de treze peruas (com 26 motoristas, mais 52 auxiliares, todos rodando, comendo e se hospedando por conta das contribuições recebidas), mais os panfletos e cartazes. Exige uma sede ampla, com umas dez telefonistas por período telefonando o tempo inteiro para o estado inteiro. Exige recepcionistas para cuidar dos cabos eleitorais (e exige os cabos eleitorais propriamente ditos, que dificilmente trabalham de graça). É coisa de no mínimo R$ 1 milhão.

Aí mora o perigo: os candidatos precisam de contribuições (e, já que estão caçando, podem também pescar um pouco para reforçar o bolso), e muitas empresas acham ótimo contribuir, para buscar mais tarde, junto aos eleitos, a base política de suas reivindicações. Um veterano jornalista do ramo, que conheceu os políticos mais importantes do país até a década de 1990, lembra o que lhe disse um ex-presidente: como fazer campanha no Brasil sem o caixa 1, 2 ou 3 das grandes empresas que necessitam dos favores do governo?

Um sistema de voto distrital reduziria o âmbito das campanhas, tornando-as muito mais baratas. O candidato disputaria numa área em que é familiar, onde muita gente o conheceria. A necessidade de dinheiro para a campanha cairia dramaticamente.

É claro que para quem já tem a alma de ladrão a luta pelas contribuições continuaria acirrada. Mas haveria uma redução no número de casos, facilitando investigações, facilitando a ação da opinião pública.

O problema é que os atuais parlamentares foram eleitos pelo sistema atual. Por que mudariam este sistema onde tiveram sucesso? Para arriscar sua sobrevivência política num sistema em que nunca foram testados?

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