É manchete em todo o mundo a decisão do presidente americano, Barack Obama, de permitir que os cubanos residentes nos EUA viagem regularmente e remetam suas economias aos parentes, na ilha. Embora isso não seja o sonhado fim do bloqueio imposto nos anos 60, é um grande avanço para dois países, que há décadas, vivem às turras, e no momento têm que avançar dentro da nova ordem do mundo globalizado. Principalmente porque todos os dissidentes e os fugitivos do regime cubano hoje vivem em território estadunidense e constituem uma forte comunidade econômica. Ideal seria se o governo cubano também liberasse seus cidadãos para viajar livremente. Mas, se o fizer, depois de tantos anos de falta de liberdade, pode ocorrer um grande êxodo...

Os tempos atuais, de globalização econômica, efetivamente, são outros. Em vez de yankees perseguidores, Cuba, pelo menos não enfrenta hoje, governando em Washington, um inimigo disposto a liquidá-la. Mas, mesmo assim, o carcomido Fidel Castro, que já não detém o governo, mas lidera do PC local, que tantas travessuras fez mundo afora ao tentar impor a sua malfadada "revolución", ainda se mantém arrogante. Fala como se fosse um líder inconteste, com capacidade para ameaçar a segurança dos EUA. Diz, sem se preocupar com o bem-estar de seu povo, que "Cuba não aceitará esmolas", como se o quê Obama propõe fosse algo indecoroso aos cubanos. De seu confortável bunker, os irmãos Castro (Fidel e Raúl) comportam-se como se governassem um próspero país e todo o mundo deles dependesse.

Acorda, barbudo! Seu tempo já passou e dele não restam glórias. Apesar dos incontestes e reconhecidos avanços na educação e na saúde, Cuba hoje é um dos mais atrasados países do planeta, impondo ao seu povo a ditadura, a exclusão tecnológica, a miséria e o mau viver. A "revolución" tornou os cubanos - outrora um povo alegre, feliz e criativo - dignos de dó e carentes, sim, da esmola de quem quer que tenha a disposição de meter a mão no bolso e lhes dar alguns trocados. Ironicamente, quem vai socorrer essa população miserabilizada pela fantasiosa ditadura dos Castro, são os próprios compatriotas que não concordaram com a situação, fugiram, tiveram oportunidade e, com trabalho e dedicação, ganharam dignamente o seu dinheiro nos EUA.

Só os imbecis, cegamente ideológicos - no Brasil ainda existem muitos -, são capazes de incensar o regime de Fidel Castro. Chegou a hora de todos fazerem uma profunda autocrítica e concluir que a política adotada em Cuba não deu certo. A utopia de Fidel e seus "compañeros" libertou o povo cubano do jugo ditatorial de Fulgêncio Batista e da fama de quintal (ou prostíbulo) dos EUA, mas levou toda a população à miséria. E ainda se deu ao luxo de tentar fazer também miseráveis, dezenas de países da América Latina e da África. Chega de tanto erro, de tanta loucura. No dia em que Fidel e seu reconhecido carisma faltarem - ele já está com 82 anos e mal de saúde - o regime ruirá definitivamente.

Para que todos esses anos de sofrimento não fiquem completamente em vão, tomara que quem vier a assumir o poder na Ilha tenha condições de preservar os sistemas de saúde e educação. O resto precisa reconstruir tudo. Inclusive o orgulho e a auto-estima do valoroso povo cubano!

Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).