Ih!, deu branco, deu branco! Depois que Karl Max saiu com a metáfora mais feliz da sua vida – ainda no século XIX – “Tudo que é sólido se desmancha no ar!”, porém nada a ver com os nossos imponentes aeroplanos que cruzam os céus, que fique bem claro por aqui, ideologias a parte, não vamos esticar muito no assunto, pois não há nada a “Temer” (ops!) tanto assim. Apenas a mesma e velha poluição debaixo do sol, como escreveu o finado poeta e radialista Hélio Ribeiro. É apenas mais uma pane passageira na asa esquerda do meu Teco-Teco e eu não posso perder o próximo vôo. Clandestino, não. Quero ir de primeira classe. Talvez até a música do Belchior, “Medo de Avião”, volte a ser sucesso nos hits de paradas de Brasília e bata mesmo o rei Roberto Carlos que passa ano, entra ano, não muda em nada. Afinal de contas: “Eu (também) voltei”! O que, “Meu cachorro me sorriu, latindo no portão”, só à base de ração e muito tutano na cabeça. Fiel, qual dos dois? Por enquanto, carne de segunda na minha panela, só na terça! Tenho meu voto registrado e consagrado. Por decreto. Tenho imunidade. Veja lá. Quem dá uma geral na praça, em tempo recorde, é ciclista.

Aliás, como tem dinheiro público, vazando pelo “ladrão”... se é público, ora, ora, ora, já que não suei tanto a camisa assim pra ganhar, a não ser pelo nó cego da gravata do meu paletó, o negócio é torrar com a família (e quer preocupação melhor que essa, não está sobrando?), com os amigos, sem esquecer dos amigos dos meus “mui” amigos e onde Sicranos, Beltranos, Fernandos e “Gabeirinhas” quiserem pitar, digo, gastar mais. Daí o porque (idem, idem, idem) do sempre aplaudido “amigo da onça” nunca ter saído de cena. Milho não é só pros bicos e nem mesmo careca esperando “o quê” na esquina serve mais como ponto de referência! Temos interlace pra todos os formatos, ok, “ae”, meu eterno internauta de olheiras de plantão? Se dormir, durma acordado, pois, a cabeleira do Zezé agora é do jeito que ele quer. Carnaval e CPI’s por aqui dura o ano inteiro e não vamos esquecer que tem gente boa querendo entrar. Ah, e como tem “inhas e inhas” bem intencionadas e que o “S” da minha salsicha pode ser grafado com cedilha. Que a famosa receita básica do “almoçá-los antes que nos jantem” vai sempre bem como o prato do dia. Um real e o suco sai na faixa. E se ainda há algum cristo que acredite nos males que vem pra bem, isso parte do consumidor. Respeito é bom, conserva a dentadura postiça e que bêbado na esquina, brincando de equilibrista, pode sofrer de queda livre sim, senhor. Algum problema?

Voar, voar, voar... Com que cara eu vou chegar... Cadê o meu bilhete aéreo que tava aqui? Não entrem em pane, o piloto também pode ser no automático, sem se importar com os pesos nem medidas. Na bagagem cabe de tudo – até...

Mulheres e crianças primeiro e eu vou na frente que é pra garantir a ordem de chegada. E se insisto em dizer que é uma vez na vida e outra na sorte, bom, a concorrida brincadeira do 2 ou 1 pode continuar até as altas horas. Quem dita a farra são eles! Só assistimos. Ou vamos lá querer desperdiçar tinta pra novas caras pintadas se não somos Caciques!? Resta descobrir o verdadeiro xis da questão. Tanto é que andam dizendo por aí que não estão fazendo campanha. No duro, no duro, é da gente ter que engolir sempre os efeitos visuais. Os vocais passam batidos. A vida imita a arte ou ficamos no vive-versa do vão acordo entre o isso ou aquilo de repetir que não estamos sós. O que não é diet também pode ser cola. Tô voando baixo, rasteiro, fazendo novo reconhecimento de área – e porque não dizer “gozando” nas nuvens passageiras e quero meu bilhete de volta.

Tequila “El Charro”, é? Já que o Hugo Chávez agora virou “amigo” do Barack Obama, pobre, sim, daquele outro “amigo do peito” que significava apenas uma batidinha no coração, com a mão fechada, muito antes de inventarem o primeiro sutiã, o air bag, além do evoluído silicone aplicado sob medida. E não é só coisa de mulher, pois, pela manhã eu também canto, danço e a noite pinto!

O que pra mim essa onda “farrística” a la Odorico Paraguaçu – aquele saudoso prefeito corrupto vivido pelo Paulo Gracindo, em “O Bem-Amado”, de Dias Gomes (1973) e que me lembro desde pequenininho, não fica tão distante das nossas maracutaias atuais.

E quer outra! Cobra cega nunca precisou de óculos raiban, nem de auxílio moradia pra saber aonde vai entrar. E quanto aquela outra rastejante que se não anda, não engole sapo (vamos responder o que mais ao certo do dito popular?) havemos de rezar que determinadas mudanças não precisam ser tão radicais assim. Teste drive televisivo do tipo “politiqueiro”, por antecipação, não vale. Tô voando baixo. Maybe...

Nota do Editor: Celso Fernandes (modarougebatom.blog.terra.com.br), jornalista, poeta e escritor, autor de “As duas faces de Laura”, “O Sedutor”, “Sonho de Poeta” (Ed. Edicon), entre outros. Colunista de Moda, Cultura & TV, escreve semanalmente em jornais, revistas e sites relacionados às áreas.