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Opinião
28/04/2009 - 05h39
Os “paracachitos” de Evo Morales
Alejandro Peña Esclusa - MSM
 

Em nove de maio de 2004, em meio de um alardeado escândalo, o governo venezuelano capturou nos arredores de Caracas um contingente de presumíveis paramilitares colombianos, cujo suposto objetivo era atacar o maior quartel militar da Venezuela – Fuerte Tiuna -, seqüestrar aviões caça F16, bombardear o Palácio de Miraflores e perpetrar um magnicídio contra Hugo Chávez.

Os supostos paramilitares eram – segundo o governo – ferozes e experientes mercenários, capazes de pôr em xeque a segurança nacional. Os funcionários do oficialismo insistiam – sem oferecer prova alguma – que os “rambos” colombianos haviam sido contratados pela oposição para dar um golpe de Estado.

Porém, na medida em que os dias foram passando a versão oficial foi perdendo progressivamente toda a credibilidade. As imagens de televisão mostravam uns jovens imberbes, sem expressão alguma, que nem sequer sabiam por que estavam ali.

As evidências recolhidas no “quartel general” onde treinavam os “experts terroristas” mostravam que se alimentavam com uma variante do croissant, denominados na Venezuela de “cachitos”, motivo pelo qual se tornaram objeto de incontáveis piadas e chacotas. Dali em diante, os venezuelanos lhes deram o jocoso apelido de “paracachitos”.

O governo necessitava criminalizar a oposição, iniciar uma perseguição contra os líderes da dissidência e esmagar – mediante a repressão e o medo – os protestos contra o Regime.

Na quinta-feira, 16 de abril, em Santa Cruz de la Sierra viveu-se um episódio muito parecido. Um corpo de Polícia de Elite, enviado desde La Paz, invadiu um hotel no centro de Santa Cruz e deu baixa em três presumíveis terroristas e deteve mais dois, cujo objetivo – segundo o presidente Evo Morales – era “a tomada violenta do poder” ou, em seu erro, “dividir o país”. Morales acrescentou que se tratava de mercenários de cidadania croata, húngara e irlandesa, que planejavam matá-lo.

O procedimento utilizado para neutralizar os presumíveis terroristas deixa muito a desejar: a operação policial não contou com uma ordem judicial de busca e apreensão; não se permitiu ao Ministério Público e à Polícia de Santa Cruz intervir na operação; e, deliberadamente foram desconectados os sistemas de segurança, vídeo e vigilância do hotel.

O incidente ocorreu às quatro da manhã e poucas horas depois um canal de televisão já estava divulgando um documentário que “demonstrava” os supostos vínculos dos mercenários com a oposição boliviana.

A presumível conspiração resulta muito conveniente neste momento para o governo de Evo Morales porque permite: primeiro, criminalizar a oposição; segundo, encobrir o massacre de Pando; e terceiro, assegurar que as eleições de dezembro se realizem conforme a nova Lei Eleitoral, a qual abre a porta para o vantagismo e a fraude.


Nota do Editor: Alejandro Peña Esclusa, presidente das ONG´s Fuerza Solidaria (www.fuerzasolidaria.org) e UnoAmérica, é um dos principais opositores venezuelanos ao regime de Hugo Chávez e já foi candidato à presidência do país. Tradução: Graça Salgueiro.

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