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Opinião
27/05/2009 - 12h07
Pela criminalização do comunismo
Christian Rocha
 
 
Divulgação 
  Pela criminalização do comunismo.

Antes de iniciar esta divagação, é importante estabelecer o seguinte: quando falo «comunismo» refiro-me tanto ao comunismo como ao socialismo. As definições de dicionário oferecem verbetes distintos para cada um dos termos; livros didáticos também.

O que não se revela nas páginas dos livros e dos dicionários e que salta aos olhos de qualquer observador atento é que não há diferença significativa entre essas duas coisas. Como teorias, como doutrinas ou como sistemas políticos, as diferenças são evidentes. Como práticas, comunismo e socialismo diferenciam-se apenas na intensidade e na dimensão do totalitarismo, da supressão progressiva das liberdades individuais, do controle da sociedade e do genocídio embalado por razões político-ideológicas.

Notem, por exemplo, que tudo aquilo que é socialista — grupos, governos, estados, nações — pretende ser comunista e que todos aqueles que se declaram comunistas criticam os socialistas justamente por não serem suficientemente esquerdistas e revolucionários. É precisamente nisto que se igualam comunistas e socialistas: são todos prosélitas revolucionários dispostos a qualquer coisa para implantar seu projeto de futuro.

Se interessar ir além no estabelecimento desses termos e compreender melhor a origem deste post, recomendo ler este post e os comentários ali postados.

Isto dito, prossigamos.

*

A idéia presente no título decorre de uma observação bastante simples. Como muitos devem saber, fazer apologia do nazismo — qualquer que seja o contexto — é crime previsto em lei. Muitas pessoas pensam — como eu pensava — que isto se deve ao fato do nazismo ter levado aproximadamente 6 milhões de pessoas à morte. Oras, regimes socialistas e comunistas mataram muito mais do que o nazismo; só na China comunista foram 20 milhões de mortes entre 1959 e 1962 (link). Logo, quanto mais sanguinária a doutrina ou o regime, tanto mais terrível seria fazer-lhe apologia.

No entanto, a explicação da criminalização do nazismo é diferente. A apologia ao nazismo não é considerada crime porque se trata de um regime sanguinário, e genocida, mas porque o nazismo é inerentemente racista e o racismo, como se sabe, é crime. Mais do que isso: o racismo é considerado crime porque fere um dos princípios fundamentais da civilização atual — o princípio da igualdade entre raças.

Se retornarmos ao comunismo chinês e avaliarmos as circunstâncias do genocídio ainda maior impetrado pela insanidade de Mao Zedong (aka Mao Tsé Tung), veremos que não há nele traços do racismo que havia no nazismo. O flagelo do «Grande Salto Para a Frente» (que entrou para a história como «Grande Salto Para o Abismo») recaiu precisamente sobre o próprio povo chinês, o que reforça que o genocídio não foi causado pela afirmação de uma raça sobre a outra, como ocorreu no nazismo.

Em sentido estrito, o que houve foi a insanidade de um líder obcecado por implantar em seu país um sistema social, político e econômico fadado ao fracasso — e, obviamente, a cumplicidade criminosa de milhares de camaradas e companheiros de partido. O preço dessa obsessão foram 20 milhões de vidas, mas, como é fácil saber, o comunismo chinês não parou por aí. Até hoje, a China continua sendo o país com maior número de execuções, «costume» que remonta ao período da Revolução Cultural, época em que eram comuns as execuções por motivos ideológicos, a exemplo do «paredón» cubano.

A China é apenas um entre vários exemplos da pecha genocida comum aos regimes de esquerda. Ao longo do século XX nações comunistas e socialistas colecionaram aproximadamente 100 milhões de mortos. Entre eles estão a Cuba de Guevara e Fidel, a China de Mao Zedong, a ex-União Soviética de Lênin e Stalin e o Camboja de Pol Pot (líder que conseguiu dizimar 1/4 da população daquele país em 4 anos).

Diante disso, o racismo parece crime banal. O que é a afirmação de uma mentira (a superioridade de uma raça sobre a outra) diante de um homicídio? Certamente ele se torna mais grave se movido por racismo, mas a gravidade do crime é ainda maior quando o homicídio se torna genocídio. O nazismo é especialmente abominável e monstruoso porque matou para afirmar a pretensa superioridade de uma raça.

O que dizer do maoísmo ou do stalinismo, regimes ainda mais genocidas do que o nazismo? Como é possível tratar com brandura um regime genocida apenas porque ele não é racista? Ainda que os objetivos e o modus operandi sejam diferentes — porque stalinismo e maoísmo não eram regimes racistas –, por que tratar diferentemente regimes que se assemelham nos resultados?

A meu ver, a apologia ao comunismo é crime tão sério quanto a apologia ao nazismo. Esta, pelo racismo e pelo genocídio inerentes ao regime; aquela, pelo genocídio ainda maior, ainda que não seja racista. Nos dois casos — nazismo ou comunismo — fazer apologia implica cuspir na memória de milhões de vítimas desses regimes e de seus descendentes, ver pureza e bondade em regimes sanguinários que por sua própria natureza não têm quaisquer traços dessas virtudes.

A suástica nazista é justamente banida; seus defensores são punidos, processados e presos; quem quer que se manifeste favoravelmente à ideologia e à doutrina nazista é tratado de forma semelhante, mesmo que com base no argumento da liberdade de expressão (a respeito disto o caso Ellwanger é emblemático). Por que o mesmo não ocorre com os apologistas do comunismo? Por que ícones do comunismo, como a foice e o martelo e a imagem de Che Guevara, são exibidas como símbolos admiráveis de uma ideologia sublime? Como é possível esconder sob esses símbolos o sangue que foi derramado em seu nome? Como é possível que hoje existam partidos comunistas e indivíduos orgulhosos de defender a causa comunista? Como é possível não ver nisso nenhum traço de maldade ou de desumanidade para com os milhões de vítimas do comunismo?

*

Não sou ingênuo a ponto de imaginar que algum legislador abraçará a causa do título, mas um bom começo seria o esvaziamento das hostes comunistas. Concluo reescrevendo as palavras anotadas aqui:


Aos comunistas que passarem por aqui — alguém? — meu apelo é por aquele traço de realismo que ainda pode existir neles.

Àqueles que não têm mais dúvidas do engodo que é o comunismo, meu apelo é no sentido de fazer com que isso transpareça cada vez mais. Tenham a certeza de que toda vez que alguém faz um apelo por «mundo melhor» ou pela «igualdade social», é o comunismo que está em atividade — e, atrás dele, toda a criatividade de revolucionários genocidas do passado, do presente e — espero estar errado — do futuro.


Nota do Editor: Christian Rocha vive em Ilhabela, é arquiteto por formação, aikidoka por paixão e escritor por vocação. Seu "saite" é o Christian Rocha.
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