Caros amigos, o explorador inglês, Sir James Clark Ross, disse uma frase que me pôs a pensar: “Um político pensa na próxima eleição; um estadista, na próxima geração”. Acho, por isso, que o Brasil não tem mais estadistas. Há algum tempo, também, ouvimos dizer que o Congresso atual é o pior Congresso que o Brasil já teve o desprazer de abrigar. Também concordo. Aturamos uma escória política que nos envergonha. E levaremos décadas para corrigir essa nódoa. A “Geni” do momento é o Senado, com seu vergonhoso loteamento de funções de diretoria, farra das passagens aéreas com nosso dinheiro, uso indevido de residências, e por aí segue o lixo. E os nossos senadores? Não sabiam nada? Só o Simom, com sua pose de moralista, tem um “século” lá dentro. E quem é esse outro sujeito que temos de aturar, o tal deputado Sérgio “tô me lixando” Moraes? Saiu daqui, ó, deste rio-grande “politizado”. “Estou me lixando para a opinião pública. Até porque a opinião pública não acredita no que vocês escrevem. Nós nos reelegemos mesmo assim.” Assim eles pensam. E o pior... têm razão. Nas próximas eleições, serão os mesmos... de novo. E não adianta o Zé Povo chorar. Pois, é aí que reside o nosso paradoxo social. Como sociedade somos cidadãos. E como tal somos responsáveis pelos políticos que temos. Esse é o grande barato da democracia. Mas, o que nos falta enquanto cidadãos é cultura, educação e consciência política. Não temos a menor idéia do que é ser um político a serviço do povo, do quanto ele nos deve obrigação sobre o que faz com o seu mandato. Ora, somos nós que mandamos. Temos o poder da escolha. “Ah, não gostei de ninguém!”, tudo bem! Vote em branco, vote nulo. Não se deve escolher alguém só por que ele é o “menos ruim”. Assim, nunca sairemos da condição de analfabetos políticos. Nunca seremos cidadãos de verdade enquanto não nos respeitarmos como cidadãos e não como meros portadores de carteira de identidade. Nunca seremos um país desenvolvido enquanto formos pobres. E não deixaremos de ser pobres enquanto nosso povo for inculto. E cultura e educação devem vir sempre antes do ensino. Pensem nisso. Nota do Editor: Gerson Luiz Colombo, nasceu em 13 de março de 1958, em São Leopoldo, RS. É casado e pai de dois filhos. Possui formação acadêmica em Direito, graduado em Anápolis-GO. É oficial reformado da Força Aérea. É sócio mantenedor da Fundação Cultural de Canoas (FUNDACAN) e membro da Associação Canoense de Escritores (ACE). Possui contos e poemas publicados. Publicou "Solilóquio e outras histórias curtas" em edição do autor, participou da coletânea dos "Contos Canoenses" pela ACE. É cronista colaborador do jornal O Timoneiro, do Diário de Canoas e do Pequeno Aprendiz.
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