Ronaldo Dias |  |
É óbvio que a todas as justificativas de preservação ambiental de determinadas áreas são (ou deveriam ser) para o benefício do homem. Ubatuba tem sido referência em manipulação de seu território pelo Estado com justificativas preservacionistas porém sem qualquer contrapartida econômica para o município ou, para sua população. As áreas de Parques, APAS terrestres e marinhas somadas, tombaram praticamente todo o nosso território. Estas ingerências preteriram ainda a comunidade tradicional das áreas em questão - comunidade caiçara. Foi ela que, diferente do comportamento extrativista dos indígenas e da comunidade migratória, ao longo dos séculos, utilizando-se deste mesmo meio ambiente para sua subsistências proporcionaram a sua manutenção e, a existência do que ainda se pode “preservar”. A maioria das decisões tomadas nos “Planaltos” (de Piratininga ou, no Central) estão muito distantes daqui e, assim da nossas realidades. Seus mandatários, com raras exceções, agem ainda com rigorosa truculência. O resultado é que muitas vezes na aplicação de suas convicções e interpretações legais, extrapolam os limites da razão. As leis? Ora a leis! “Faça o que eu mando mas, não se atreva a fazer o que eu faço”. A comunidade caiçara foi e continua sendo preterida em seus interesses, sua cultura, seus usos, seus costumes. Estão sendo alijadas do trabalho na terra, de suas roças de mandioca, de suas moradias, dos seus meios de trabalho e de subsistência. O resultado são os danos sociais, morais e psicológicos inimagináveis e como tal humanamente inaceitáveis. Mesmo porque, pelos resultados alcançados até agora, é preciso abandonar todos os modelos teóricos de preservação. Já é hora de corrigir rumos e rever conceitos. Devemos substituir os falsos ambientalistas bronzeados pelo calor dos holofotes e dos flashs midiáticos. Afinal, qual é o argumento que justifica esta cena, retratada no lixão chic daquele “santuário”? As boas práticas da sustentabilidade? Ronaldo Dias diasronaldodias@ig.com.br
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