22/08/2025  00h54
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
E-mails à redação
22/06/2009 - 06h06
O mar não está para peixes...
Ronaldo Dias
 

A pesca excessiva, para atender a crescente demanda mundial de pescados, tem sido praticada por barcos modernos com equipamentos cada vez mais sofisticados. O resultado não poderia ser outro senão o esgotamento dos cardumes e, desta atividade econômica (puramente extrativista). Não só o “alto mar” mas o mundo submerso das costeiras e, do entorno das ilhas já apresentam características de desertificação. Em iguais condições estão as áreas marinhas tidas e mantidas como de preservação. Todas, ao longo dos últimos anos sofreram grandes impactos: o climático, que provocou variações de temperaturas na água, alterações nas direções das correntes, amplitudes e durações das marés; a poluição, provocada (principalmente) pelo resultados gerados pela ocupação humana (clandestina) dos berçários marinhos (mangues e rios) e a pesca predatória. Poderia ainda citar como fortes impactantes a necessidades da mudança de hábitos alimentares das espécimes, e suas migrações para outros ambientes marinhos em busca da recomposição/recuperação de suas dietas.

A reprodução natural não acompanha a velocidade de retirada dos estoques. A destruição dos berçários naturais e os locais da chamada “agregação” (local onde espécimes se reúnem para o acasalamento) agravam o triste cenário. Para atender as necessidades da demanda de consumo é célere o desenvolvimento de pesquisas, testes e experimentos para a produção em cativeiro. A Ásia, com sua enorme população, está muitos anos à frente no conhecimento e nas práticas da reprodução, criação e engorda de espécimes marinhas em cativeiro. Em alguns países das Américas pode-se identificar esta prática. Canadá, EUA, México e Chile lideram. O Brasil já conta com experiências positivas, embora ainda limitadas pela burocracia da ditadura dos mestrados e doutorados nas universidades e "Institutos". Tanto os métodos de reprodução testados em laboratório, criação em tanques rede no mar e, os diferentes tipos de arroçoamentos ainda carecem de muitos estudos, testes e correções. A verdadeira indústria em formação busca nas pesquisas o aperfeiçoamento e, o desenvolvimento tecnológico de forma a neutralizar todo impacto ambiental decorrente da promissora atividade, bem com a prevenção das doenças que, vez por outra, surgem e atacam os cardumes confinados.

Dos moluscos têm se destacados o marisco, a ostra e o coquille. Dos peixes, o catfish, o cóbia (beijupirá) e o robalo (peva).

Os críticos da reprodução laboratorial dos espécimes marinhos e da sua “criação” em tanques rede, ignoram a triste realidade da impossibilidade (irreversível) da recuperação de cardumes e de espécimes marinhas de forma natural, tanto quanto a própria desertificação já constatada até mesmo em áreas resguardadas, de parques e de preservação submersas.

O desaparecimento das espécimes demersais (das ilhas e costeiras) estão presentes no cotidiano da combalida subsistência alimentar das famílias dos pescadores artesanais. A discussão sobre a necessidade do aumento da produção de alimentos, para suprir e acompanhar tanto o crescimento populacional quanto, o crescimento de qualquer pequeno índice de acréscimo na melhora da qualidade alimentar das populações, não pode, muito menos deve ter cunho "poético-ambientalista", com seus discursos vazios baseados em baseados. Constatado que "O mar não está para peixe" será preciso muitos investimentos em pesquisas, muita tecnologia (que ainda engatinham nesta área) e muito "suor" para produção e recuperação de seus cardumes.

Ronaldo Dias
diasronaldodias@ig.com.br

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "E-MAILS À REDAÇÃO"Índice das publicações sobre "E-MAILS À REDAÇÃO"
13/04/2019 - 07h39 9ª Mostra Maré Cheia de Cinema
10/02/2019 - 07h25 Resposta ao ministro
12/04/2018 - 05h46 Desabafo de uma munícipe de Ubatuba
12/01/2018 - 06h50 Desabafo de um ambulante de Ubatuba
01/11/2017 - 07h31 Descaso estatal com Ubatuba
28/10/2017 - 08h45 A falta de `lei do silêncio´ em Ubatuba
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.