Cansado da hipocrisia e da porcalhada pública deste rincão, resolvi me esconder no bairro do Perequê-Açú e, de frente para o mar, ficar contemplando esta beleza natural mística, infelizmente, situada entre os dois puteiros da cidade. É triste constatar a incapacidade administrativa desta urbe, marginalizando tamanho santuário da natureza e trucidando este potencial turístico. Enfim, cada povo tem o governo que merece.
Entretanto, mesmo estando eu escondido neste cantinho do mundo, acabo recebendo algumas notícias das agitações dos bastidores da politicalha local. Nesta direção tenho percebido que a Isildinha, antiga servidora da Câmara Municipal, vem sendo anonimamente escrachada, satirizada, via jornal regional. Está certo que tive alguns arranhões com esta servidora antes de me exonerar daquela Casa do Povo. Embora não concordando com o seu posicionamento e com as pessoas que ela defendia, sempre percebi a sua sinceridade nas coisas em que acreditava e amava; daí, então, alguns abusos e pecados. Lembro-me daquelas lições de catecismo em minha infância, que faziam distinção entre o pecado venal e o mortal. Também, me passa pela memória neste momento, àquela diferença entre os "errados convictos" e os "sinceramente errados". Ainda, acredito, que depois de Adão, somos todos pecadores. Então, Santos, somente no mundo da hipocrisia - "Errare humanum est". Neste sentido, sei que a Isildinha não é nenhuma santa; tampouco eu. Mas, o mesmo não posso dizer daqueles que estão tentando satirizá-la naquele "imparcial" e "respeitável" jornal regional. Gostem ou não, muitos hão de convir comigo, que a Isildinha, no seu modo de ser, sempre foi autêntica e protetora. Destes covardes por não se identificarem, nada se pode dizer. Como diz à boca pequena, com a devida vênia: "são menos macho". Conheço muitas mulheres guerreiras e sei que a Isildinha, no seu jeito, é uma delas. Dos que a tentam satirizá-la, se não são machos ou mulheres guerreiras, escondidos no anonimato sabe-se lá, de que natureza são eles constituídos. Deixando de lado a explícita covardia e o espírito enganador, o que podemos dizer sobre a honestidade pública daqueles que a satirizam, debocham? Existe moral para tanto??? Como o anonimato dificulta a identificação, não podemos nos arriscar e nos deixar levar, aos palpites que circulam pelas esquinas. Mas os comentários existem e alguns incomodam. Como no Senado, será que temos o nosso Sarney, atos secretos, diretores, funcionários fantasmas... em nosso legislativo municipal??? Dizem que um certo assessor jurídico é amigo do promotor e mata todas que vierem. Não acredito nesta estória; acho muito difícil este boato ser verdadeiro e, se verdadeiro, subsistir. Mas, se, realmente, tiver algum fundamento, o caso é muito grave e não vai dar certo. Já vi este filme antes e o tiro saiu pela culatra. Por outro lado, ouvi um outro comentário de que tem um grupinho de cidadãos, desanimados, com a eventual impunidade nos desmandos do nosso legislativo municipal, resolveram organizar os fatos e documentações, envolvendo concurso, licitações..., e encaminhar este desabafo ao "Datena da TV". Tomara que isto dê certo, se for melhor à probidade administrativa de nossa comunidade. Mas acredito que esta medida desesperadora se deve à incompetência de nossa oposição, que aparece de quatro em quatro anos: com uma esquerda de burguesinhos, mauricinhos e que gostam, também, de levar vantagem em tudo; ainda a oposição dos que "erramos" e dos que "tossindo", nunca chegam em lugar algum. Finalizando, quero dizer à Isildina, que "castelo de areia", um dia cai e não existe noite ou inverno, que dure para sempre. Lembro ainda daquele ditado: "o que vem debaixo não atinge". Fique em paz, não perca o seu preciso tempo em revidar, deixe as forças da vida trabalhar, na sua dinâmica de "causa – efeito".

Vicente Malta Pagliuso
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