Daniel Garcia Guimarães      Estátua do padre José Anchieta na praia de Iperoig, Centro, Ubatuba, SP.

Prezado Luiz Moura, bom dia. Como anteriormente enviei um e-mail, cujo título era Na esperança de encontrar “aquela” Ubatuba, publicado no dia 8 de maio, achei que estava devendo um retorno depois de minha visita a esta maravilhosa cidade, após mais de 10 anos. Infelizmente, por alguns problemas, estive impossibilitado de enviar este e-mail com mais rapidez.

Antes de tudo, caro Luiz, preciso avisar que me saí muito bem da possibilidade de acusação de “propaganda enganosa” por parte de minha esposa. Ela adorou a cidade.

Estivemos hospedados na colônia da AFPESP - Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, local agradável, com ótima estrutura e, ao que parece, que respeita muito o meio ambiente, os funcionários retiram toda sujeira do pátio, impedindo que qualquer material, por menor que seja, chegue até a praia. Ponto para a unidade.

Gostaria de dizer que realmente encontrei a cidade muito diferente do que era, algumas coisas acredito que tenham mudado para melhor, como é o caso da urbanização da orla da praia do Itaguá, hoje com calçadão e ciclofaixa, parece que deixou o local mais, digamos, funcional, porém, como saudosista que sou, senti falta, ao jantar na Cantina Perequim, da areia da praia que antes, quando criança, se não me engano chegava até a beira do restaurante, o que deixava a vista ainda mais exuberante.

Gostei de ver a praia das Toninhas completamente limpa, acredito até que foi pela falta de turistas, afinal, estivemos em Ubatuba entre os dias 23 de maio e 1º de junho e a referida praia estava praticamente deserta. Porém o que me deixou mais empolgado foi conhecer alguns locais na cidade que antes não tinha a possibilidade de ir, como a praia da Puruba, um local que parece intocado até os dias de hoje, é verdade que não conta com praticamente nada de estrutura, mas isso que torna o local excelente, muitas vezes, a estrutura comercial estraga o ambiente e traz poluição e vandalismo, o que nos leva a outro ponto, desta vez a parte triste da viagem.

Fiquei muito triste ao ir ao centro da cidade e passear pela orla da praia de Iperoig e ver a estátua do Padre José de Anchieta, figura que todas as vezes que fui até Ubatuba, meu avô contava suas façanhas: “Padre Anchieta escreveu seus poemas na areia desta praia”, “o poema ‘Virgem’ foi escrito nesta praia”, esse padre nunca saiu da minha cabeça.

Qual não foi minha desilusão ao ver a estátua do referido padre estragada pelo vandalismo, sem um dos braços, sem os dedos da única mão que restou, suja, abandonada e, pelo visto, sem ser vista pela administração municipal, que acredito eu, deveria ser a responsável pela manutenção desta estátua, uma vez que esta imagem faz parte da história do município.

Outro local, digno de cartão-postal, seria o farol da mesma praia de Iperoig, mas da mesma forma que a estátua do padre Anchieta, ele estava sujo, com pichações e o mais desagradável, o local possuía um cheiro insuportável de urina.

Ainda bem que Ubatuba ainda tem muito mais coisas boas do que coisas ruins, em especial para nós, TURISTAS RESPONSÁVEIS, que sabemos nos comportar e cuidar da beleza do local, tanto que minha esposa adorou a cidade e já está programando para o finalzinho de março de 2010 uma nova viagem para esta cidade que como ela mesmo disse, é o lugar mais bonito que ela conheceu. Para mim, Ubatuba é isso aí, apesar dos pesares, um lugar magnífico.

Por fim, quero novamente parabenizar este veículo de comunicação, seus idealizadores e colunistas, pois é um jornal digital que mostra as verdades da cidade, doa a quem doer.

PS: Estou encaminhando duas fotos, uma a estátua do Padre Anchieta e outra da Praia das Toninhas, que quando eu fui estava, realmente, limpa e vazia.

Daniel Garcia Guimarães
Penápolis - SP
danielgguimaraes@yahoo.com.br