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Opinião
03/08/2009 - 15h48
Vendedores de milagres
Sylvia Romano
 

Segundo matéria publicada em vários veículos de comunicação, um tribunal suíço indiciou um brasileiro por extorsão e outros delitos. O julgamento deverá ocorrer até o final de 2009. O crime do nosso compatriota foi a realização de trabalhos espirituais, pois o mesmo se intitulava pai-de-santo. Na Suíça esta prática é autorizada, bem como a cobrança em dinheiro, que também é amparada pela lei.

"Existe o direito de cobrar para prever o futuro. Mas o problema é quando o montante cobrado não tem relação com a prestação do serviço ou quando o mago explora a fraqueza de suas vítimas", afirmou o juiz de instrução Jean-Luc Mooser, encarregado do inquérito. O brasileiro está sendo denunciado por três de seus clientes sob a acusação de ter extorquido milhares de francos. Se for condenado, ele poderá pegar cinco anos de prisão por usura e extorsão.

Já, aqui no Brasil, diversos vendedores de milagres prosperam a olhos vistos. Basta ligar o rádio e logo ouvimos mensageiros divinos prometendo mundos e fundos para milhares de incautos não só nesta vida, mas também em vidas futuras. Na televisão, então, nem se fala, alguns dominam praticamente todos os horários em certos canais, prometendo curas milagrosas, mudanças de comportamento, fortunas, acabar com homossexualismo, trazer amores de volta etc., ou seja, são mais poderosos que Deus. Pedem e pedem muito, não para seus "cordeiros", mas para si próprios em nome da Santa Bíblia para suas platéias eletrônicas a quem chamam de "povo de Deus". Elegem políticos, o que lhes irá garantir no futuro a perpetuação das suas falcatruas; compram autoridades que irão permitir que suas igrejas e templos, a maioria irregular e sem segurança, continuem abertos - para o desespero dos vizinhos que têm de aguentar suas lengalengas ininterruptas e em altos brados; e, principalmente, ficam cada vez mais ricos e poderosos. Alguns emitem até carnês de doações, pedem e pedem o tempo todo - e ai de quem não contribuir, pois a estes reservam o pior castigo: o fogo do inferno.

O Brasil é um país laico, mas do modo que as religiões estão se fortalecendo daqui a pouco começaremos a ter uma guerra de crenças, não em razão de doutrinas, mas muito mais em função do fator econômico e da ignorância dos fanáticos incultos que fazem desses profetas seus novos deuses. Se qualquer seguidor destas novas religiões tivesse um pouco de bom senso e o mínimo de discernimento, veria que o que anda melhorando e muito não é a vida deles, mas a destes atuais mercadores dos templos.

Toda vez que, por descuido, coloco em um programa desse gênero no rádio ou na TV, relembro um velho ditado que sempre ouvia na minha infância: "É preciso que haja um bando de trouxas para que o ladino possa sobreviver." E, infelizmente, parece que os trouxas andam aumentando em muito o seu número ultimamente.


Nota do Editor: Sylvia Romano (www.sylviaromano.com.br) é advogada trabalhista, responsável pelo Sylvia Romano Consultores Associados, em São Paulo.

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