28/08/2025  17h46
· Guia 2025     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
04/08/2009 - 15h12
Bolsa Paraguai
Márcio Chalegre Coimbra - Parlata
 

O Brasil não sabe lidar com seus vizinhos. O viés ideológico mais uma vez cegou a política externa brasileira, cada vez mais pautada por uma visão partidária dos governantes brasileiros com os grupos políticos de esquerda aliados ao PT em diferentes países da América Latina, o propalado Foro de São Paulo.

Argentina, Bolívia, Equador, Venezuela, só para ficar entre os vizinhos, são os exemplos mais claros da ingênua política externa brasileira que acredita que nosso país possa trocar beneplácito financeiro por simpatia e servidão na política externa. Vale lembrar que nenhum ato de benevolência com nossos vizinhos resultou em benefícios para o Brasil até o momento. Eles não estão nem aí para o Brasil.

Já disse, no início de um governo Lula, que a diplomacia brasileira trilhava o lamentável caminho de um imperialismo tupiniquim que apenas enfraquece o papel do Brasil no exterior. Acreditar que os países estrangeiros são como os beneficiários do bolsa-família, convertido em um bolsa-vizinho, e simplesmente serão liderados pelo Brasil por gratidão, ultrapassa a ingenuidade sobre a cenário internacional. O bolsa-família pode funcionar para direcionar votos nas eleições brasileiras, entretanto, acreditar que pode-se domesticar a política externa da mesma forma que se fez com o povo brasileiro é ignorância diplomática.

Pela revisão do acordo acertada entre Fernando Lugo e Lula, o pagamento feito pelo Brasil ao Paraguai aumentará dos atuais US$ 120 milhões para US$ 360 milhões por ano, ou seja, são US$ 240 milhões a mais por ano. Além disso, O Brasil bancará a criação de fundo binacional e realizará o financiamento da construção de uma linha de transmissão de Itaipu a Assunção, orçada em US$ 450 milhões, que inicialmente era responsabilidade do Paraguai. Nossos vizinhos, a partir de agora, também poderão vender energia de Itaipu e de outras usinas no mercado livre brasileiro gradualmente e sem a intermediação da Eletrobrás.

Estão entregando o Brasil. As amizades políticas externas parecem ser mais importantes que a soberania nacional. Existe uma perigosa e temerária inversão de valores que trará danos irremediáveis ao Brasil, para sempre.

"O favor é a ante-sala da ingratidão", já dizia Ulysses Guimarães.


Nota do Editor: Márcio Chalegre Coimbra é analista político, editor-chefe do site Parlata, desde 2003. Mestre em Ação Política pela Universidad Rey Juan Carlos, com passagens acadêmicas pela FGV, UFRGS, Unisinos e Harvard Law School. Possui experiência internacional com passagem pela Fundación FAES e o Partido Popular em Madri, Espanha e como analista-chefe do Hayek Institute em Viena, Áustria. Nos Estados Unidos trabalhou com o Leadership Institute e o Partido Republicano. No Brasil trabalhou como consultor na Patri e como Diretor na Governale, atendendo clientes nacionais e internacionais. Como Professor, na Universidade Católica de Brasília e no UniCEUB, orientou pesquisas na área de relações governamentais e internacionais Autor da obra "A Recuperação da Empresa: Regimes Jurídicos Brasileiro e Norte-americano", Ed. Síntese - IOB Thomson. Responsável pelo Blog Diários da Política (marciocoimbra.blogspot.com).

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2025, UbaWeb. Direitos Reservados.