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Opinião
05/08/2009 - 15h05
Opinião pública é uma, opinião publicada é outra
Carlos Brickmann - Observatório de Imprensa
 

Severino Cavalcanti, lembra? Severino foi apanhado em flagrante recebendo um capilezinho por fora, para assegurar ao restaurante da Câmara dos Deputados o direito de continuar funcionando. Sofreu pesada campanha de imprensa, teve de renunciar para não ser cassado. E se elegeu prefeito de sua cidade, João Alfredo (PE).

Jader Barbalho, lembra? Teve de renunciar à presidência do Senado para não ser cassado, foi preso pela Polícia Federal acusado de envolvimento num escândalo da Sudam, sofreu pesada campanha de imprensa. E se elegeu novamente deputado federal, com toda a facilidade.

Fernando Collor, lembra? Foi afastado da presidência da República por impeachment, ficou com os direitos políticos suspensos, sofreu pesada campanha de imprensa. Depois, elegeu-se senador.

Antonio Carlos Magalhães, lembra? Teve de renunciar para não ser cassado e sofreu pesada campanha de imprensa. Elegeu-se novamente e ainda foi por muitos anos o grande cacique da política baiana.

Em português claro, a opinião do Centro-Sul, base dos maiores meios de comunicação, não é a mesma das outras regiões do país; e, mais importante ainda (já que muitas vezes o eleitor dá seu voto exatamente onde os grandes veículos movem suas campanhas), a opinião publicada não tem muito a ver com a opinião pública. Há diversos exemplos: Jânio Quadros se elegeu prefeito de São Paulo pela primeira vez contra todos os grandes jornais da cidade; Adhemar de Barros raras vezes teve um grande jornal a favor, e sempre desempenhou papel decisivo nas eleições paulistas. Leonel Brizola ganhou no Rio contra todos os meios de comunicação de importância.

Nós, jornalistas, temos uma certa tendência a magnificar a influência daquilo que publicamos. Não é bem assim. Certa vez, a deputada federal Ivete Vargas, que vencera a luta contra Leonel Brizola pela sigla PTB, foi interpelada por um repórter, que queria saber como ela se sentia estando contra a opinião pública. Ela bateu duro: tinha 300 mil votos, falava em nome de 300 mil pessoas. E o repórter, quantos votos tinha tido para falar em nome da opinião pública?

O curioso é que mantenhamos essa tendência autoglorificadora apesar das sucessivas derrotas na batalha pela opinião pública. Este colunista, por exemplo, acha que José Sarney não conduziu o Maranhão, ao menos na velocidade necessária, para o desenvolvimento e a melhora nas condições de vida. Mas esta, definitivamente, não tem sido a opinião do eleitor maranhense. Sarney, sua família e seus candidatos perderam algumas poucas disputas e cansaram de ganhar eleições. Não podemos lutar contra os fatos – a menos que queiramos transformar-nos nos guias geniais da Nação, evitando que o eleitor fique votando em gente que não recomendamos.


Nota do Editor: Carlos Brickmann é jornalista, diretor da Brickmann&Associados.

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